Denunciado por violência contra 14 ex-namoradas alega que não causou danos psicológicos

“A suposta vítima já estava com problemas psicológicos e está até fazendo acompanhamento. Já veio com esse trauma de sua outra relação”, é o que diz a defesa do homem de 30 anos, acusado pela ex-companheira por crimes de ameaça, injúria, calúnia, agressão, apropriação indébita e até maus-tratos contra a cadela da mulher. No total, 14 ex-namoradas já o denunciaram por crimes de violência vinculados à Lei Maria da Penha.

O suspeito foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde da última segunda-feira (24), depois que foi flagrado dirigindo sem habilitação pela BR-153, na cidade de Uruaçu. Aos policiais rodoviários ele admitiu que o carro era da ex-companheira. O veículo, no entanto, tinha o registro da apropriação indébita no sistema, após denuncias da proprietária legal do carro.

De acordo com o a Polícia Civil, a mulher explicou que o homem pegou o carro dela, sem dizer para onde ia e disse que não devolveria o veículo. A prisão do homem ocorreu horas após a denúncia.

De acordo com a investigação, o casal estava junto há cerca de cinco meses e tinha um relacionamento conturbado. Na versão da mulher à polícia, vítima disse que o homem não a deixava conduzir o próprio carro e que era ameaçada e xingada com frequência.

Semelhante a ela, outras 13 ex-namoradas já fizeram denúncias contra o investigado. Todas relatam crimes de ameaça, injúria, calúnia e agressão, que infringem a Lei Maria da Penha, segundo a Polícia Civil.

Ao Mais Goiás, o advogado de defesa do empresário, Arthur Paulino, explicou que o que foi narrado nas noticias criminais é “atípico”. “A defesa entende que não existe apropriação indébita de bens patrimoniais, pois já estavam sendo discutidos na área civil sobre a partilha dos bens”, informou.

O advogado ainda disse que o casal tem uma empresa em que são sócios e que os pertences do cliente ainda continuam na casa da suposta vítima. Questionado sobre as outras denúncias de mulheres, Paulino afirmou que ele não foi condenado. “Várias denúncias foram até arquivadas. Então até que se tenha sentença penal transitada em julgado, ele é inocente!”, explicou o advogado.

Versão da mulher

Além do problema com o carro, a última ex-namorada do suspeito afirmou ainda que o homem agredia cadela dela, da raça Shi-Tzu para puni-la após discussões de casal. Em uma ocasião, ele teria chegado a queimar o ventre do animal utilizando um secador de cabelo.

Segundo o delegado Peterson Amin, as lesões severas ocorreram em meados deste mês. A responsável pelo animal o levou ao veterinário, onde todo o atendimento médico foi prestado. Agora, a cadela está em fase de recuperação.

Como prova às acusações, a mulher apresentou a polícia laudos médicos das violências e também o laudo veterinário do crime contra o cachorro. Mesmo assim, a defesa do homem nega os crimes contra a mulher e alega que ‘não teve acesso aos autos’ referentes ao caso de maus-tratos contra o animal.

O Mais Goiás não conseguiu localizar os advogados da vítima, pois o nome dela não foi divulgado.