Denunciado suspeito de matar namorada enquanto ela dizia que “o amava demais”
Crime aconteceu um dia após o Dia dos Namorados deste ano. A crueldade foi flagrada por câmeras de segurança da região
Wallifer Xavier Pereira, de 19 anos, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) em razão da morte de Adriana Massena dos Santos, de 32, no Jardim Curitiba IV, em Goiânia. O feminicídio ocorreu um dia após o Dia dos Namorados deste ano e a vítima ainda implorou pra não ser morta pelo acusado enquanto dizia que “o amava demais”.
De acordo com o promotor Maurício Gonçalves de Camargos, a vítima foi morta por motivo fútil, com emprego de meio cruel e por razões da condição de sexo feminino, em menosprezo à condição de mulher. Além disso, o promotor destaca que o casal estava junto há 1 ano e meio e a relação tinha histórico de agressões físicas por parte de Wallifer.
Na época do crime, eles estavam separados, mas voltaram a se encontrar para reatar o relacionamento. Eles até passaram o Dia dos Namorados juntos.
A denúncia consta que Wallifer Pereira, durante depoimento prestado à Polícia Civil (PC), contou que, no dia do crime, ele estava em casa e a vítima chegou numa motocicleta para pegar uma porção de droga para ir sozinha a uma festa. Ele afirmou que ficou com raiva, pegou a chave do veículo para que Adriana não saísse do local. Logo depois, houve a discussão que resultou na morte da mulher.
Numa primeira versão, o acusado chegou a afirmar ter agido em legítima defesa, já que, segundo ele, a vítima teria tentado atingi-lo com golpes de capacete. O depoimento, porém, foi desmentido pelas imagens de câmeras de segurança. Vizinhos chegaram afirmaram à polícia que ouviram a mulher implorar pela vida enquanto dizia que o amava.
“A versão apresentada por ele é totalmente descabida, já que as imagens mostram claramente que a Adriana não tinha nada nas mãos e ainda tentou se defender quando começou a ser atacada. Ela no entanto foi esfaqueada mais de 10 vezes. Alguns vizinhos relataram que escutaram ela implorar para que o companheiro não fizesse isso, já que ela o amava demais”, descreveu a delegada Marcela Orçai, adjunta da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), na época do crime.
Meio cruel
O promotor afirma que o laudo cadavérico mostrou que a vítima foi atingida por inúmeros golpes de faca em várias regiões do corpo, principalmente na boca, tronco e braço superior esquerdo, o que teria lhe causado “intenso sofrimento físico e mental, inclusive, ignorando suas súplicas, motivo pelo qual, assim agindo, ele usou de meio cruel”. Ele completa: “desse modo, se o denunciado matou a vítima porque não queria que ela fosse para a festa com a droga que ele lhe tinha fornecido, restou demonstrada a futilidade da motivação”, explica Marcelo.
Waliffer já tinha passagens por tráfico de drogas e, agora, responderá por feminicídio. Caso seja condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.