Denunciados pela morte do radialista Valério Luiz enfrentam júri popular na segunda (14)
Cinco pessoas serão julgadas pelo crime cometido em julho de 2012, no Setor Bueno, em Goiânia
Cinco pessoas denunciadas pela morte do radialista Valério Luiz de Oliveira devem enfrentar júri popular na próxima segunda-feira (14), no auditório do Tribunal de Justiça de Goiás, no Setor Oeste. Segundo o Ministério Público, o crime ocorreu em julho de 2012, em razão de críticas feitas pelo profissional, que teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, à época ligado à direção do Atlético Goianiense.
Os denunciados pelo Ministério Público são: Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, Djalma Gomes da Silva, Marcus Vinícius Pereira Xavier, Maurício Borges Sampaio e Urbano de Carvalho Malta.
O julgamento será realizado pela 4ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia.
Denúncia
De acordo com a denúncia do MP, o crime foi cometido por volta das 14 horas do dia 5 de julho de 2012, na Rua T-38, no Setor Bueno, a poucos metros da emissora em que Valério Luiz trabalhava.
Segundo o órgão, o inquérito policial apurou que Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, em “conluio, repartição de tarefas e contando com a participação dos demais denunciados, efetuou vários tiros em Valério Luiz de Oliveira, causando-lhe a morte imediata”.
Críticas feitas pelo radialista Valério Juiz teriam motivado o crime
Foi apurado que as constantes e enfáticas críticas que Valério Luiz de Oliveira fazia à diretoria do Atlético Clube Goianiense, no exercício da profissão de jornalista e radialista esportivo, nos programas Jornal de Debates, da Rádio Jornal 820 AM, e Mais Esporte, da PUC-TV, teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, que era dirigente do clube de futebol.
Os comentários da vítima geraram acirrada animosidade e desentendimentos, segundo a denúncia apresentada.
De acordo com a investigação, no dia 17 de junho de 2012, em meio aos comentários que a vítima fazia no programa Mais Esporte, ao falar a respeito de possível desligamento de Maurício Sampaio do Atlético, a diretoria do clube proibiu a entrada das equipes jornalísticas nas dependências do estádio.
Conforme narra a denúncia, Maurício Sampaio teria se ofendido e passou a almejar a morte da vítima. A denúncia aponta que o empresário fez o planejamento do crime em conjunto com Ademá Figuerêdo e Djalma da Silva, que contou com o auxílio de Urbano Malta. Este último mantinha vínculo de amizade, profissional e de trabalho com Sampaio, e, inclusive morava sem pagar aluguel em uma casa do empresário, localizada em frente ao local onde ocorreu o homicídio.
O crime
Segundo os autos, Djalma da Silva convidou Marcus Vinícius Pereira Xavier, que emprestou a moto, o capacete e a camiseta para Ademá Figuerêdo, além de guardar no açougue de sua propriedade a arma e o celular que seriam utilizados no homicídio. Os chips dos telefones utilizados na comunicação do grupo foram habilitados em nomes de terceiros.
Conforme as apurações, no dia do crime, Ademá Figuerêdo foi até o açougue de Marcus Xavier, pegou os itens guardados e se dirigiu até as imediações da emissora de rádio onde a Valério trabalhava.
No local, comunicou-se com Urbano Malta, que estava na espreita, aguardando o momento em que o radialista sairia. A vítima foi morta quando já estava dentro do veículo, ao final de uma jornada de trabalho.
Ademá Figueiredo e Maurício Sampaio foram denunciados com base no artigo 121 (homicídio), parágrafo 2º, incisos I (mediante paga ou promessa de recompensa) e IV (recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima) do Código Penal.
Djalma Gomes da Silva, Urbano de Carvalho Malta e Marcus Vinícius Pereira Xavier foram denunciados com base no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I e IV combinado com artigo 29 (concurso de pessoas) do Código Penal.