Denúncias de violência contra a mulher diminuem 22% com a pandemia, em Goiânia
Segundo o Boletim Epidemiológico de Violências Contra a Mulheres e Feminicídio, publicado pela Prefeitura de Goiânia, números são alarmantes
Com a pandemia da Covid-19 e a necessidade do isolamento social para a contenção do vírus, a quantidade de denúncias de violência contra a mulher diminuiu 22% de 2019 para 2020, em Goiânia. Informação é do Boletim Epidemiológico de Violências Contra a Mulheres e Feminicídio, publicado pela prefeitura da capital. De acordo com a o Paço Municipal, não há indícios de redução dos casos de agressão, apesar da subnotificação.
Durante o ano de 2019 foram registradas 1.346 notificações, já em 2020 o número reduziu para 1.038. De acordo com os dados, a maioria das violências contra a mulher ocorreu na residência, representando 84% das notificações. Além disso, mais de 30% dos casos as agressões acontecem mais de uma vez.
Na opinião do secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, existem diversos fatores que podem explicar a queda, como o receio de sair de casa em meio à pandemia.
Já a Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Tatiana Lemos, acredita que é a dependência econômica uma das principais causadoras da diminuição de denúncias. “Muitas vezes as mulheres mais vulneráveis não têm sequer dinheiro para a passagem de ônibus para ir a uma delegacia denunciar seu agressor”, afirma.
Violências
O boletim epidemiológico também aponta que as violências mais praticadas contras as mulheres foram a física (53%), seguida pela violência sexual (26,9%), sendo que em 20% das vezes o autor foi o parceiro, que utiliza a força física e objetos cortantes para agredir as companheiras.
Atualmente, Goiânia conta com a Casa Abrigo Sempre Viva, que acolhe mulheres em situação de violência, assim como o Centro de Referência Cora Coralina, que oferta suporte psicológico e social; e o Centro de Formação que profissionaliza essas mulheres.
“É fundamental o fortalecimento da rede de proteção à mulher no Estado, para que essas vítimas tenham suporte psicológico, social e financeiro, para que assim seja reduzida a violência”, diz Tatiana Lemos.