Dependentes químicos denunciam agressões em clínica de reabilitação em Valparaíso
Polícia diz que também localizou idosos e pessoas com deficiência mental de forma irregular
Dependentes químicos denunciam que estavam sendo alvo de agressões em clínica de reabilitação em Valparaiso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal (DF). Agentes da Polícia Civil, constataram funcionamento irregular e acabaram interditando a unidade.
A operação aconteceu nesta quinta-feira (2) e, de acordo com a polícia, foram localizados vários pacientes em situação irregular, sendo que três destes afirmaram que sofreram violência física e psicológica como forma castigo.
Agressões na clínica de reabilitação
Em imagens divulgadas pela investigação, é possível ver que alguns dependentes químicos apresentavam grandes hematomas pelo corpo. Além disso, a polícia afirma que localizou idosos e pessoas com deficiência mental no ambiente de forma irregular.
Ao Mais Goiás, a delegada do caso, Samya Nogueira Barros explicou que o estabelecimento foi interditado com o apoio da Vigilância Sanitária. A operação apreendeu medicamentos, aplicados sem prescrição médica.
“Idosos ficavam no local como se fosse uma casa abrigo, sendo que o lá não tinha preparação para isso. Apesar de ser limpo, salubre e de fácil acesso e aberto, ou seja, não ter evidenciado cárcere, havia desvio de finalidade, remédios sem a devida prescrição e denúncias de tortura, por isso a interdição”, disse a investigadora.
Dependentes químicos foram enviados para casa de familiares
Os internos foram encaminhados para casas de seus respectivos familiares, com orientação do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e CAPs (Centros de Atenção Psicossocial).
A polícia informou ainda que os pacientes lesionados foram conduzidos à Delegacia de Valparaíso para prestarem depoimento e realizarem uma perícia de constatação de lesão corporal.
Já os funcionários citados como autores das lesões e os responsáveis legais pela clínica estão sendo investigados.
Caso suspeitos sejam condenados, poderão responder pelo crime de tortura, cuja pena pode varias de dois a oito anos de prisão, conforme o artigo 1º, inciso II, da Lei nº 9.455/97.
*Larissa Feitosa compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.