Depois de internado em Anápolis, bebê que se afogou em Campo Limpo segue para o HMI
Criança chegou a passar pelo postinho de sua cidade, mas estado grave motivou as transferências
Após sofrer um afogamento em uma piscina, em Campo Limpo de Goiás, um bebê de dois anos foi internado em estado grave na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pediátrica de Anápolis, na tarde de quinta-feira (3). Às 22h, o garoto foi transferido para a UTI do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), os familiares do bebê tinham levado a vítima ao postinho de Campo Limpo, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O Samu entubou o menino, que estava em estado grave, e o levou imediatamente à UPA, onde permaneceu até o encaminhamento para o HMI.
Segundo a Semusa, a transferência se deu pela situação grave em que a vítima se encontra, uma vez que a Unidade Pediátrica não possui UTI. O HMI foi procurado, mas não informou ao Mais Goiás novidades sobre o caso até o fechamento da matéria.
Em contato com o Samu de Anápolis, o mesmo confirmou o afogamento em uma piscina e informou que a criança apontava sinais de problemas respiratórios, o que motivou o transporte imediato para a UPA Pediátrica. A matéria poderá ser atualizada.
Cuidados
Este não é o primeiro caso de afogamento este ano. Também em Anápolis, na quarta-feira (1º), uma criança de um ano e três meses morreu afogada. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, a bebê estava em casa com os pais, no Residencial Boa Esperança, no momento em que o fato ocorreu.
Até por isso, o coronel do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), Fernando Caramaschi, falou ao Mais Goiás sobre os cuidados necessários para evitar esse tipo de acidente. “A maior causa de afogamento, praticamente 100%, é falta de supervisão”, adverte.
Segundo ele, quase sempre isso ocorre em frações de segundo. “Uma distração, o ‘vou fazer isso rapidinho’, é suficiente para a criança se afogar.” Assim, ele recomenda que, para todas as situações, é preciso ter alguém monitorando a criança. “Sempre. Não pode ficar sozinho perto de local que tenha água”, reforça. “É a recomendação que mais salvaria.”
A segunda dica, segundo ele, é a utilização de dispositivo de segurança. “Um colete adequado ao tamanho e peso da criança.” Ele não recomenda as boias. Por fim, ele ressalta a importância das piscinas serem cercadas e trancadas, dando acesso às crianças apenas no momento da utilização e sob supervisão. “A criança é curiosa, se atrai pela água. Então, a supervisão tem que ser constante.”
E se acontecer?
Caso o acidente ocorra, Caramaschi diz ser preciso retirar a criança imediatamente da água e chamar o socorro de emergência. Ele também recomenda que os responsáveis aprendam os conhecimentos básicos de primeiros socorros, para fazer a massagem cardíaca e saber se o menor está respirando e tem pulso. “Quanto mais rápido o atendimento, maior a chance de sobrevivência.”
Para entender a gravidade do assunto, um estudo da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), de 2018, apontou o Brasil como país de maior índice de mortes por afogamentos da América Latina. A cada 91 minutos, uma pessoa vinha a óbito no País por esta causa. As informações foram baseadas no sistema de informática do Sistema Único de Saúde referentes a 2016.
Inclusive, o afogamento é a segunda maior causa de morte na faixa de um a quatro anos e a terceira entre dez e 14 anos. Apesar disso, 47% das mortes são de vítimas de até 29 anos e os locais com maior incidência são rios e represas (75%).
Nota do HMI
Por meio de nota, o HMI informou que “é regular o estado de saúde de K.V.O.S., de 1 ano e 11 meses, que deu entrada na unidade na última quinta-feira (2), por volta das 22h, transferido de Anápolis, vítima de quase afogamento. O paciente está internado no leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do HMI e respira com o auxílio de oxigênio inalatório. Não há previsão de alta”.
*Atualizada às 11:53