"Salve Geral"

Detentos de presídios goianos reivindicam melhores condições

Os homens em reclusão denunciam má qualidade na água que bebem e tomam banho, pouca comida para alimentá-los, além de maus tratos e torturas físicas e psicológicas

Detentos de presídios goianos fazem paralisação em busca de melhores condições

Os detentos dos presídios goianos iniciaram uma manifestação nesta segunda-feira (11) pedindo por melhores condições nos presídios. Os homens em reclusão denunciam má qualidade na água que bebem e tomam banho, pouca comida para alimentá-los, além de maus tratos e torturas físicas e psicológicas.

A ação começou em Planaltina, entorno do Distrito Federal (DF), e até o momento já teve aderência de internos de Anápolis, Senador Canedo e Aparecida de Goiânia. Intitulado como “Salve Geral”, a movimentação pede melhores condições dentro do sistema penitenciário no Estado de Goiás.

Uma advogada que atua na área criminal e representa os presos procurou o Mais Goiás para fazer a denúncia. Ela prefere não ser identificada. E explica que, como forma de protesto, os internos estão em greve de fome, não saem para o banho de sol diário, tampouco para atendimento com advogados. “Para atendimento médico apenas em último caso”, conta. “

De acordo com a profissional, os detentos não reivindicam regalias, mas sim um tratamento condizente ao direito humano. “Em Planaltina por exemplo, a água é sem qualidade, eles passam fome pois a comida é ruim e pouca. E também são torturados física e psicologicamente”, relata.

Além disso, ela explica que a visita que os internos recebem é através de um vidro, sem contato físico com familiares. “Tem familiares que viajam mais de 200 quilômetros para visitar seus entes e a visita é assim. Tem crianças que choram em ver os pais naquelas condições”, relata.

“Espera-se que a paralisação ocorra em todas as unidades goianas. Iniciou hoje e não tem data para acabar. Começou com uma petição manuscrita assinada por todos os presos de Planaltina, cujo o tratamento desta unidade desencadeou a referida ação”, finaliza a advogada.

Em nota enviada ao Mais Goiás, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa que monitora o movimento pacífico de presos. Além disso, a A Superintendência afirma ainda que a ordem e a disciplina nestas unidades estão sob controle.

Confira a nota da DGAP na íntegra sobre a paralisação:

A Superintendência de Segurança Penitenciária (Susepe) da Diretoria–Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa que monitora o movimento pacífico de presos de algumas unidades prisionais do Estado, que se recusam a sair para audiências, receber advogados ou tomar banho de sol, nesta segunda-feira, 11/11. Eles querem a flexibilização das normas de  rotinas de segurança penitenciária implantadas na Unidade Prisional Especial de Planaltina de Goiás, as quais seguem padrão de presídios federais de segurança máxima do país. A Superintendência informa ainda que a ordem e a disciplina nestas unidades estão sob controle.