Detentos do semiaberto começam a realizar manutenção nas áreas verdes de Goiânia
Presos foram escolhidos por meio de um triagem realizada com uma equipe multidisciplinar que analisaram comportamento e demostração de vontade em trabalhar
Cinquenta internos do regime semiaberto da Colônia Agroindustrial de Aparecida de Goiânia estão envolvidos na recuperação e limpeza de parques, praças e áreas verdes de Goiânia. A ação faz parte do projeto “Recuperando Pessoas e Parques” que teve o lançamento realizado na manhã desta segunda-feira (14) no Bosque dos Buritis, no Setor Oeste. O projeto foi desenvolvido em parceria entre a Prefeitura de Goiânia, Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), Ministério Público de Goiás (MP-GO) e Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).
Segundo o presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente, Gilberto Marques, o projeto é importante por viabilizar mão de obra acessível para a manutenção dos parques e buscar a reinserção social desses detentos na sociedade.
Gilberto explica que os detentos trabalharão em período integral e com direito a pausa para o almoço. Eles também ficarão na responsabilidade de todo o serviço de podas, roçagem, limpeza e reformas das pistas de caminhada. Pelos serviços prestados, cada detento será remunerado em um salário-mínimo, ou seja, R$ 954.
“É importante ressaltar que eles trabalham em forma de frente de serviços, onde serão supervisionados pela Gerência de Parques da Amma, até mesmo para descobrir quais são as suas melhores habilidades”, destaca Gilberto.
Os detentos foram selecionados com o auxilio de uma equipe multidisciplinar, que analizaram comportamento e a demostração de vontade de trabalhar. “A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) escolheu os reeducandos que realmente buscavam interesse em sair do mundo do crime e fazer parte novamente como cidadão na sociedade”, aponta Gilberto.
Doações
Os detentos receberam uniformes plotados com o nome do projeto para a realização dos trabalhos. O kits são compostos por camisa, calça, camiseta manga longa e uma bota. “Os detentos também recebem os equipamentos de proteção individual, como luvas, protetores auditivos, entre outros”, explica o presidente.
Gilberto ainda destaca que as roupas foram doadas por uma empresa especializada na fabricação desses produtos. “Quando tornamos o assunto público, muitas empresas quiseram ajudar e o promotor Marcelo também teve muita influência em conseguir essa doação que diminuiu todo o trâmite de aquisição desses produtos”, declara.
Expansão
Os presos serão divididos em equipes. Quinze detentos vão atuar no Bosque dos Buritis, outros 15 no Lago das Rosas e 20 no Parque Macambira-Anicuns. “No final do projeto, buscamos trazer 300 presos para colaborar nos reparos de praças e áreas verdes da capital”, afirma Gilberto.
O presidente adianta que já possui um projeto para a ressocialização de presos do regime fechado. Segundo eles, esses detentos desenvolveriam atividades dentro da Colônia. “Lá estaremos levando o viveiro para uma área próxima, já visitada pela gente. Os detentos também iriam desenvolver e consertar bancos e brinquedos para serem novamente instalados nas praças e parques.”, assevera.
*João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.