Dez torcedores do Goiás são identificados suspeitos de ameaçar presidente e diretor do clube
De acordo com a Polícia Civil, eles responderão por ameaça, injúria, difamação e apologia à violência por meio de mensagens por aplicativo
Dez torcedores do Goiás Esporte Clube foram identificados, na manhã desta sexta-feira (11), suspeitos de amaçar o presidente do clube, Marcelo Almeida, e um dos diretores do time. De acordo com a Polícia Civil (PC), além disso, o grupo também é suspeito dos crimes de injúria, difamação e apologia à violência por meio de mensagens por aplicativo.
De acordo com a delegada Sabrina Leles, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos, as investigações tiveram início após o presidente do clube apresentar mensagens com conteúdos nocivos à integridade física e contra a vida dele. Em um dos diálogos, um dos homens faz uma ameaça de morte a Marcelo.
“Se eu tivesse dinheiro, gastava R$ 10 mil sem remorso para dar um sumiço no Marcelo Almeida”, diz um dos suspeitos. “Acho que rolava de não dar paz pro [Túlio] Lustosa e Marcelo Almeida. […] Depois esses cornos ainda processam os torcedores”, diz outro integrante do grupo.
Em outro trecho da conversa, alguns integrantes incitam que o Centro de Treinamento (CT) do Setor Serrinha fosse invadido. “Sério! Passou da hora de uma invasão na Serrinha”, diz um integrante. “Os muros da Serrinha poderiam amanhecer pichados […] fazer uma bagunça lá. Ir ou não ir no estádio não faz diferença não”, diz outro. “Tá na hora de quebrar a serrinha mesmo”, dispara outro. No último dia 16 de setembro, torcedores picharam os muros do CT e quebraram vidros da loja oficial do clube após derrota de 3 a 0 para o Grêmio.
A delegada destaca que os torcedores identificados são de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Caldas Novas. Todos eles foram ouvidos. Um deles está preso na penitenciária de Aparecida de Goiânia por tentar matar um torcedor do Vila Nova, no último dia 18 de setembro. “Nove deles são pais de famílias, trabalhadores e contaram que falaram aquilo em um momento de raiva devido à má campanha que o time fazia no Brasileirão”, afirma.
Após conclusão, os inquéritos serão remetidos para as comarcas judiciais das respectivas cidades que os homens moram. Sabrina explica que há diferenças quando a pessoa quer protestar de maneira pacífica e quando já parte para alguma forma de violência virtual.
“Qualquer pessoa tem o direito de protestar sobre algo que não lhe agrade. Agora, tem que ter cuidado com o que ela fala pois, se a vítima sentir que teve a honra atacada, pode denunciar à polícia. Assim como ameaçar ‘dar o sumiço’ em alguém. Isso é entendido como matar uma pessoa”, pontua.