FORAGIDO

Digitais em carro e cativeiro levam polícia a procurar 4° suspeito de chacina do DF

A polícia encontrou fotos e vídeos que mostram os homens juntos confraternizando

Digitais em carro e cativeiro levam polícia a procurar 4° suspeito de chacina do DF (Foto: Divulgação - Polícia Civil DF)

Com base em vestígios encontrados no veículo Renault e no cativeiro, em Planaltina, usados por criminosos na trama que terminou com pelo menos sete mortes, além do desaparecimento de outras três pessoas da mesma família, no Distrito Federal, a Polícia Civil chegou ao nome de um quarto suspeito de participação no crime. Trata-se de Carlomam dos Santos Nogueira, de 26 anos, que já tem um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça e é tido como foragido. Antes dele, já haviam sido presos: Horácio Carlos Ferreira Barbosa, de 49 anos, Gideon Batista de Menezes, de 55, e Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos.

Segundo os investigadores da 6ªDP, além das provas técnicas – vestígios e digitais – que apontam que Carloman esteve no carro utilizado pelos criminosos e também na chácara onde ao menos duas vítimas foram mantidas reféns e outra foi morta e enterrada, também foi descoberto um elo entre ele e outros homens já presos. A polícia encontrou fotos e vídeos que mostram os homens juntos confraternizando. O suspeito já tem passagem pela polícia, mas não foram revelados detalhes sobre os antecedentes criminais.

A Polícia Civil decidiu divulgar imagens de Carloman, na tentativa de encontrá-lo. Segundo o descrição, ele tem olhos e cabelos castanhos, e tatuagens que podem ajudar na identificação: tribal e dragão (braço esquerdo), carpa (perna esquerda), índia (flanco direito), Coringa (perna direita), Coringa (escapular direita).

O caso

A polícia suspeita que o crime esteja ligado a R$ 400 mil obtidos pela mulher de Marcos Antônio e mãe de Thiago Gabriel, Renata Juliene Belchior, de 52 anos, com a venda de uma casa em Santa Maria (DF). E a R$ 100 mil de um empréstimo pedido pela mulher de Thiago e nora de Marcos, a cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos.

De 14 a 16 de janeiro, a polícia recebeu denúncias de desaparecimento de dez pessoas, todas da mesma família. Os denunciantes eram dois filhos de Elizamar, que foi assassinada: um rapaz de 24 anos e uma jovem de 18 anos, preocupados com o sumiço da mãe e os demais parentes.

Investigadores descobriram que dois carros com corpos carbonizados haviam sido encontrados em Cristalina (GO) e Unaí (MG) entre os dias 13 e 14, e o veículo achado em Goiás pertencia a Elizamar. Dentro dele, havia quatro corpos: o da cabeleireira e de três filhos — um menino e uma menina, gêmeos, de 6 anos, e um garoto de 7 anos.

O carro achado em Minas estava em nome de Marcos Antônio. Nele, estavam duas vítimas queimadas, que podem ser Renata Juliene, mulher de Marcos, e Gabriela Belchior de Oliveira, de 25 anos, filha do casal.

Uma perícia e o trabalho de reconhecimento no Instituto Médico Legal já confirmaram a identidade de Elizamar e das crianças. E um segundo exame apontou ontem que os cadáveres de Minas eram de duas mulheres. Mas ainda não foi possível confirmar a identidade de Renata e Gabriela.

Versão dada pelos três suspeitos perde força

Com ajuda de imagens de câmeras de segurança e o depoimento de testemunhas, os investigadores prenderam três homens apontados como os executores: Horácio Carlos Ferreira Barbosa, de 49 anos, Gideon Batista de Menezes, de 55, e Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos. O último foi detido na terça-feira e teria sido responsável por vigiar duas das vítimas num cativeiro em Planaltina (DF). Com os suspeitos, foram encontrados R$ 10 mil.

À polícia, Horácio apontou Marcos Antônio e Thiago como mandantes. E também implicou Claudia e Ana Beatriz, dizendo que teriam sido contratados por R$ 100 mil.

Segundo a versão do trio, o plano era atrair Elizamar a um encontro onde ela seria morta. Mas o cenário mudou quando a cabeleireira apareceu acompanhada dos filhos. O avô Marcos Antônio, o pai Thiago, Gideon e Horácio teriam resolvido levá-las a Cristalina. Na cidade goiana, todos foram sufocados e os criminosos atearam fogo no veículo com os corpos dentro, de acordo com Horácio.

Renata e Gabriela, segundo contou Horácio aos agentes da 6ª Delegacia do Distrito Federal, teriam sido sequestradas por Marcos Antônio e Thiago e levadas a um cativeiro em Planaltina, onde foram igualmente assassinadas e tiveram os corpos queimados. No local, policiais encontraram dois colchões, aparelhos celulares e fitas usadas para prendê-las. Lá, também acharam o corpo de Marcos Antônio, o que derrubou a versão apresentada por eles.