Diocese de Formosa: Documentos apontam que bispo e padres sabiam de desaparecimento de R$ 910 mil
Segundo MP, declarações foram assinadas a pedido de contador que notou o sumiço de dinheiro no caixa da diocese. Religiosos acusados de desvio de dízimo respondem em liberdade
O caso dos nove religiosos de Formosa acusados de desviar cerca de R$ 2 milhões em dízimos ganha um novo capítulo. Documentos obtidos pelo Ministério Público estadual (MP-GO) apontam que alguns dos acusados reconheceram a ausência de R$ 910 mil nos caixas da igreja. Solicitação foi feita por contador da Diocese, que notou desfalque no caixa das igrejas.
A suspeita é de que padre Waldson José de Melo, de Posse, o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira e o bispo Dom José Ronaldo ficaram com os valores dados como “desaparecidos”. Por exemplo, um dos documentos, assinado por Epitácio, indica o déficit de R$ 72.859 no caixa da Paróquia Divino Espírito Santo, em Planaltina de Goiás, entorno do Distrito Federal.
Estes e os outros seis acusados do desvio de R$ 2 milhões da Diocese de Formosa respondem ao processo em liberdade. Presos por cerca de 30 dias, a soltura deles foi determinada após deferimento de Habeas Corpus (HC), entre 18/4 e 19/4.
Assinaturas de Waldson e Dom José Ronaldo também foram detectadas em documento que aponta o sumiço de R$ 274 mil da Paróquia Sagrada Família na cidade de Posse. O total representaria o acúmulo de arrecadações de 2015.
O MP reforça que o desaparecimento de R$ 207 mil, acumulados em 2015 pela Paróquia Divino Espírito Santo, e de outros R$ 357 mil da Paróquia Santana ainda estão sem explicação.
De acordo com o promotor responsável pela investigação, Douglas Chegury, dois documentos fazem referência ao monsenhor, outro ao padre Moacyr e outro ao padre Waldson, com quem foram encontrados R$ 400 mil.
“Foram três desvios de somas bastante vultuosas, inclusive com assinatura do bispo, atestando que tem ciiência do documento, do desaparecimento do dinheiro”, reforça.
A defesa de Dom José Ribeiro afirmou que não irá comentar o caso. O Mais Goiás não conseguiu contato da defesa dos demais envolvidos. Ligações foram feitas à Cúria Diocesana de Formosa, na tentativa de obtê-los, mas as chamadas não foram completadas.
Com informações do G1/Goiás