Suposto facilitador

Diretor da cadeia de Rio Verde é afastado por suspeita de facilitar tráfico

Além dele, o supervisor de segurança foi afastado sob suspeita de integrar um esquema de corrupção para a entrada de produtos ilícitos na unidade

Diretor de presídio é afastado por suspeita de facilitar entrada de drogas

O diretor e o supervisor de segurança do presídio de Rio Verde, no Sudoeste do Estado, foram afastados dos cargos após deflagração da Operação Eptá, na manhã desta quinta-feira (10). Coordenada pela Polícia Civil (PC) e Ministério Público de Goiás (MP-GO), a iniciativa visa apurar um suposto esquema de corrupção criado para facilitar a entrada de drogas e objetos ilícitos no local.

Três mandados de prisão preventiva foram cumpridos: um contra um ex-vigilante prisional temporário, um detento da unidade – que estaria realizando o pagamento – e um terceiro homem, suspeito de intermediar o pagamento. 

Segundo o delegado Adelson Candeo, as investigações tiveram início há um ano e decorrreu da apreensão de um telefone celular na cela 7, do bloco B, na referida unidade. Em uma conversa presente no aparelho, os policiais identificaram um comprovante de pagamento que seria do preso ao ex-vigilante temporário. Na sequência, o MP pediu um mandado de busca e o telefone do ex-servidor foi apreendido.

[olho author=””]”Durante o cumprimento desse mandato, ele revelou que o atual diretor do presídio teria exigido R$ 10 mil para que o telefone apreendido na cadeia não fosse levado à delegacia. Depois, as negociações passaram de R$ 5 mil e uma arma, mas não se concretizaram”, frisa o delegado.[/olho]

No telefone do ex-vigilante, os policiais encontram uma mensagem em um comprovante de depósito que seria realizado pelo preso: “está aí o seu dinheiro!”. Porém, segundo Adelson, o dinheiro depósito foi feito por uma terceira pessoa, que também passou a ser investigada. “Fizemos a quebra do sigilo bancário de todos os envolvidos e encontramos movimentações atípicas nas contas de todos os envolvidos”, ressalta. Algumas das transações encontradas tinham o valor de R$ 200 mil, como apresenta o delegado.

Adelson afirma que denúncias indicam que havia conivência do diretor para a entrada de objetos, como drogas, celulares e bebidas alcóolicas no presídio. Como o material não é prova contundente de participação dele e do supervisor no esquema, a PC não pediu mandados de prisão para ambos.
“O preso ainda não foi ouvido. O ex-vigilante confessou a extorsão. O diretor nega as acusações. Por isso, decidimos afastá-lo da função para resguardá-lo e dar liberdade para o preso durante o seu depoimento que será realizado nas próximas semanas.

Cerca de 35 policiais civis participaram da ação. A Corregedoria da Polícia Penal do Estado de Goiás e o Grupo de Operações Penitenciárias Especiais da Polícia Penal Estado de Goiás (Gope), também compuseram a iniciativa.