Discussão por suposto vídeo íntimo gera agressão a porteiro, em Goiânia; veja
Suspeito diz que perdeu a cabeça após a filha dele "ter sido assediada" pelo funcionário do condomínio. Trabalhador, por sua vez, afirma que só queria aconselhar a jovem
Uma discussão por conta de suposto vídeo íntimo resultou na agressão de um porteiro de 34 anos, em um prédio no Setor Bueno, em Goiânia. O alvo das agressões diz que a confusão teve início após flagrar a filha de um morador em cenas íntimas com o namorado na área comum do condomínio. O agressor, que é morador do prédio, alega que perdeu a cabeça depois de o porteiro supostamente assediar a jovem. O caso ocorreu no último final de semana e foi registrado na Polícia Civil.
Ao Mais Goiás, o porteiro, que não terá o nome divulgado, afirmou que flagrou a filha do agressor mantendo relação sexual com o namorado através das câmeras. O caso teria ocorrido na noite do último domingo (22). Segundo ele, o fato já teria acontecido outra vez, e, por isso, pediu o contato telefônico da jovem para aconselhá-la.
O porteiro narra que, momentos depois, o pai da jovem de 19 anos foi até a portaria e já chegou agredindo. “Ele perguntou: é esse aqui? E começou a me bater. Me chamou de vagabundo e deu tapas na minha cara”, disse.
Imagens gravadas por câmeras de segurança do prédio e enviadas à reportagem mostram o momento da agressão. Nelas, é possível observar quando o morador puxa o porteiro pela camisa e começa com os ataques. “Qual é a sua, cara? Essa menina tem pai. O que você quer com a minha filha?”, questiona gritando. Na sequência, ele desfere tapas no rosto do trabalhador e o ameaça de morte.
Ainda segundo o porteiro, um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil por injúria e ameaça. “Não quero fama, quero justiça. Você tenta fechar os olhos e lembra da cena o tempo todo. Nunca pensei que passaria por isso. Não é da minha índole”, relatou.
O outro lado
A reportagem também ouviu o morador do prédio, empresário cujo nome permanecerá em sigilo. O homem confirmou as agressões, mas se diz arrependido. Ele acusa o porteiro de assédio sexual e afirma que perdeu a cabeça diante do “cinismo” do profissional. “Ele assediou minha filha, mas editou a filmagem e só mostrou a parte conveniente. Infelizmente perdi a cabeça mesmo”.
De acordo com o morador, não existe vítima na história. “Foram dois erros. O meu de agredi-lo e o dele de assediar minha filha. Temos imagens do momento que ele pede para minha filha chamá-lo no zap. Eu quis saber o que ele queria com ela, já que não há nada que comprometa a honra da minha filha”, alegou.
O empresário afirmou, ainda, que irá registrar boletim de ocorrência contra o porteiro. “Não tenho nada para esconder. Não ofendi a honra dele. Quis ter uma conversa de homem para homem, mas acabei perdendo a cabeça. Esse foi meu erro”.
Condomínio
Em nota, a administração do condomínio disse que não compactua com nenhum tipo de violência. O texto diz que o local preza pela segurança e bem-estar de todos os funcionários, além de pregar “o respeito entre todos.
Segundo o texto, o condomínio deu suporte ao porteiro e que medidas administrativas estão sendo tomadas em relação à conduta ocorrida. O porteiro foi transferido para outro local de trabalho e não atua mais no prédio onde as agressões ocorreram.