Dengue

Divulgado novos dados sobre a dengue em Goiás

Até o momento, o boletim epidemiológico trazia a informação apenas dos casos notificados de dengue.

O Boletim Epidemiológico da Dengue, elaborado pela Secretaria da Saúde (SES-GO), que divulga as principais informações da doença nos 246 municípios goianos, a partir de agora terá dois novos dados: os casos prováveis e os casos confirmados. Até o momento, o boletim epidemiológico trazia a informação apenas dos casos notificados de dengue.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Maria Cecília Martins Brito, explica que casos prováveis são todos aqueles informados pelos municípios no Sistema Oficial de Vigilância, com exceção dos casos já descartados (por meio de exames clínicos, laboratoriais e epidemiológicos). Já os casos confirmados são os que tiveram diagnóstico laboratorial ou clínico epidemiológico positivo para dengue.

De acordo com Cecília, os casos de dengue notificados levam até 60 dias para serem confirmados. Dessa forma, casos confirmados não podem ser utilizados para ações de prevenção ou combate a dengue. “Usamos os casos notificados para direcionarmos nossas ações e os casos confirmados para fins estatísticos, por serem mais próximos da realidade. No entanto, os confirmados não são utilizados para medidas de prevenção e controle pois chegam em um momento posterior”, explica.

Cecília acrescenta que com a chegada da estiagem é comum a propagação de doenças do trato respiratório superior (gripes, influenza, pneumonia) que tem sintomas semelhantes aos de dengue. “Nesse momento precisamos conferir mais consistência aos indicadores de vigilância. Ou seja, precisamos saber se as pessoas estão mesmo com dengue ou com outra doença. Por isso a importância de sabermos os casos confirmados”, diz.

Cecília alerta, no entanto, que, ainda assim, as ações de prevenção e controle são desencadeadas mediante a notificação dos casos suspeitos. “Dessa forma podemos desenvolver ações que sejam realizadas em tempo hábil para impedir a proliferação da dengue”, explica.

Ações
Para ampliar a capacidade de resposta para o bloqueio de casos, a Secretaria da Saúde tem tomado providências, como a entrega de 250 cadeiras de hidratação adquiridas pelo Estado para ajudar no tratamento clínico dos pacientes. Na Sala de Situação, a SES monitora a tendência da doença, para responder o mais rápido possível quando houver indícios de aumento do número de casos. Faz ainda o repasse regular de medicamentos (analgésico e soro, principalmente) aos municípios, também com o intuito de auxiliar no tratamento dos doentes. Além disso, supervisiona e presta assessoria técnica aos municípios, através das Regionais de Saúde e do Nível Central (sede/Goiânia), para que elaborem e executem ações de controle e prevenção.

Recentemente a pasta realizou licitação para a compra de 350 bombas costais leves motorizadas e dez bombas pesadas, que serão cedidas aos municípios, dependendo da situação epidemiológica. Elas custarão R$ 1,5 milhão, aproximadamente. Já estão em uso 450 bombas costais. Também licitou a compra de 20 caminhonetes, que renovarão parte da frota em uso e também serão cedidas aos municípios, dependendo da situação epidemiológica. Os novos veículos custarão R$ 1,5 milhão, aproximadamente. Atualmente, 64 camionetes estão em uso em todo o Estado.

A SES também regularizou os repasses aos municípios.

Chuvas
O secretário da Saúde, Leonardo Vilela, ao fazer um comparativo da evolução da doença de 2011 a 2015, exibiu um gráfico relacionando os casos de dengue ao índice pluviométrico. De acordo com ele, considerando o comportamento da doença em anos anteriores, a partir de agora, com a diminuição das chuvas no Estado, os números tendem a cair.

“Acredito que estamos em uma fase de estabilização, com tendência de queda dos nossos casos. Mas isso não quer dizer que a população deva se descuidar. A forma mais eficaz de combater a dengue é evitando o criadouro e não deixando água parada”, alertou o secretário. Ele ainda informou que 80% dos focos do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, estão dentro dos domicílios; outros 20% estão nos logradouros públicos.

Novo boletim
Até 6 de maio, os casos de dengue em Goiás, em 2015, chegaram a 98.563. O número de mortes confirmadas é de 18 e o de suspeitas, 50. Os dados são do 17º Boletim Epidemiológico da Dengue, com dados parciais, de 4 de janeiro a 2 de maio de 2015. As mortes confirmadas aconteceram em Aparecida de Goiânia (2), Brazabrantes (1), Crixás (1), Goianésia (1), Goiânia (8), Iporá (1), Morro Agudo (1), Rialma (1), Rio Verde (1) e Trindade (1).

Já as mortes suspeitas, que ainda dependem de confirmação, aconteceram em Abadiânia (1), Alto Paraíso de Goiás (1), Anápolis (2), Aparecida de Goiânia (4), Britânia (1), Caldas Novas (2), Caldazinha (1), Campos Belos (1), Goianésia (1), Goiânia (14), Goianira (2), Goiatuba (1), Itumbiara (1), Jataí (4), Mineiros (2), Morrinhos (1), Nazário (1), Nerópolis (1), Novo Gama (1), Palmeiras de Goiás (1), Porangatu (1), Professor Jamil (1), Rubiataba (1), São Luís de Montes Belos (1), Senador Canedo (2) e Uruaçu (2).

Goiânia continua sendo a cidade com o maior número de casos notificados, 40.764. Em 2º lugar vem Aparecida de Goiânia (8.523), seguida de Anápolis (3.759), Jataí (2.709), Rio Verde (1.981), Ceres (1.805), Goianira (1.714), Mineiros (1.698), Goiatuba (1.577) e Caldas Novas (1.419).