‘Éramos cheios de sonhos’: radialista lembra início de amizade com falecido fundador do Mais Goiás

A amizade entre o radialista Gleisson Cabriny e o empresário Altemar Santos, fundador do portal Mais Goiás, é um exemplo de como as dificuldades podem fortalecer laços. Há mais de 25 anos, quando ambos iniciavam suas carreiras em uma emissora de rádio em Pires do Rio, eles dividiam não só o trabalho, mas também o espaço onde dormiam para economizar. Altemar faleceu na última quarta-feira (21), quando não resistiu a uma nova parada cardíaca.

“Dormíamos na rádio, o Katatau no estúdio e eu na sala comercial”, relembra Cabriny em entrevista ao Mais Goiás, referindo-se ao apelido que Altemar era chamado carinhosamente por amigos próximos. “Éramos jovens, cheios de sonhos e com pouquíssimos recursos. Mas essa fase difícil nos uniu de uma forma que o tempo não foi capaz de apagar.”

“A gente estava no começo da carreira. Eu era o coordenador da rádio e ele o coordenador da parte artística e comercial. A gente tinha uma condição financeira muito ruim e encontramos essa solução para economizar. Dormiamos durante a semana em Pires do Rio e voltávamos a Goiânia nos finais de semana”, relembra.

A rotina de trabalho em Pires do Rio onde ambos dormiam no colchão do estúdio durou dois anos. Logo, eles casaram-se com suas respectivas esposas e retornaram definitivamente a Goiânia. Fruto do relacionamento de mais de 20 anos com Cíntia de Brito Teles Santos, com quem Altemar se casou na mesma época, nasceu Enzo Brito.

“E aí nós voltamos para Goiânia, mais ou menos na mesma época, para iniciar o projeto da Jovem Pan que o Altemar fez parte. Depois, virou Rádio 102 FM, e de lá pra cá a gente manteve contato praticamente como amigo mesmo, nos estreitamos muito, compartilhamos negócios e parcerias”, destacou. O resto é história.

Enquanto Cabriny trilhou os caminhos da política, sendo duas vezes vice-prefeito de Trindade, Katatau após passar por emissorras de rádio como a Jovem Pan e a Interativa FM, construiu um império da comunicação goiana com o Mais Goiás e tornou-se Altemar Santos. “Ele era um cara totalmente discreto. Ele não fazia questão nem de dizer que era dono do Mais Goiás. Ele dizia que não era importante. ‘Eu não sou importante, o importante é o meu projeto. Porque eu vou passar mas o Mais Goiás vai ficar. O Mais Goiás é real e existe’”, relembra.