Mercado imobiliário

Dobra o número de moradores em condomínios horizontais de Goiânia

Em 2022, de acordo com o IBGE, haviam 56.668 moradores em condomínios horizontais ou de casas na capital

O número de moradores em condomínios horizontais de Goiânia mais que dobrou nos últimos 12 anos, segundo dados do último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2022.

Em 2022, de acordo com o IBGE, haviam 56.668 moradores em condomínios horizontais ou de casas na capital. Conforme o Censo anterior, divulgado em 2010, esse número era de 25.233, ou seja, um aumento de 124,57% em um pouco mais de 10 anos. A tendência é que esse percentual aumente ainda mais nos próximos anos.

Apesar de estar passando por um processo de verticalização, a especialista em mercado imobiliário, Rozianny Soares, explica que as pesquisas internas mostram que localização, segurança e lazer, nesta ordem, são os três principais fatores que as famílias levam em consideração na hora de escolher uma casa ou lote em um condomínio horizontal. “Morar em casa é um desejo cultural do goiano que só se acentuou após o período de isolamento social”, disse Rozianny ao Mais Goiás.

Desde que surgiram em Goiânia, ainda nos anos 1990, o número de condomínios horizontais vem crescendo a passos largos. Em 2023, a quantidade de unidades residenciais lançadas foi de 4.172, contra 1.961 em 2022, ou seja, mais do que o dobro.

A especialista lembra que Goiânia, apesar de ser uma capital em franco crescimento, ainda tem área dentro do perímetro urbano para receber esses empreendimentos, diferentemente do que ocorre em outros grandes centros urbanos no Brasil. “O que diferencia os condomínios horizontais da nossa capital é justamente essa localização mais próxima de tudo”, observa.

O desejo de morar em uma casa

Ao Mais Goiás, o profissional de Educação Física Fernando Diniz, de 43 anos, disse que sempre morou em apartamento e nunca se viu morando em uma casa. De acordo com Fernando, desde 2020, no período de pandemia da Covid-19, ele e a esposa viram os filhos ficarem trancados e isolados dentro do apartamento, e a partir daí eles sentiram a necessidade de mudança, para um local em que os filhos pudessem crescer com mais liberdade.

“Nossos filhos brincam até tarde na rua. Andam de bicicleta, jogam futebol, praticam beach tênis, fazem natação e ainda convivem com outras crianças que ficam brincando na porta de casa, como vivemos em nossa infância”, conta Fernando.

Questionado se sente vontade de voltar a morar em um apartamento, a resposta de Fernando é direta e objetiva: “Já fazem 3 anos que decidimos mudar nosso estilo de vida, mudando para um condomínio horizontal, e hoje tenho a certeza de que fizemos a melhor escolha de nossas vidas. Eu encontrei aqui o conforto e a paz que eu sempre pedi a Deus”, ressalta.

Localização

A especialista em mercado Imobiliário lembra que o principal vetor dos condomínios horizontais está, hoje, na saída sul de Goiânia, na GO-020, continuidade à Avenida Jamel Cecílio. “A rodovia ganhou status de uma grande avenida: é duplicada, iluminada, com viadutos, defensas metálicas, sinalização horizontal e vertical e ciclovias, o que torna viável o deslocamento”, explica.

De acordo com Rozianny, os novos acessos estão sendo planejados pelos empreendedores imobiliários, em parceria com o poder público, justamente para favorecer a mobilidade urbana da região.

O condomínio que Fernando e a família mora, fica nas proximidades do Goiânia Golfe Clube. Segundo ele, no início a distância incomodava, e que foi preciso reorganizar todos os horários. Mas o educador físico garante que tudo é uma questão de reorganização. “No início a distância incomodava e precisamos reorganizar nossos horários para que pudéssemos viver e desfrutar do sossego dentro do nosso condomínio, e garanto que é só uma questão de organização para que todos os horários se encaixem”, disse.