DADOS DE 2023

Doença de Chagas causou mais de 230 mortes em Goiás neste ano, diz Secretaria da Saúde

A estimativa é de que entre 200 mil e 300 mil pessoas tenham a doença de Chagas em Goiás

Mais de 200 pessoas morreram em razão da doença de Chagas, em Goiás, neste ano de 2023. Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (SE), foram registrados 236 óbitos causados pela enfermidade. A média anual de mortes pela doença no território goiano é de 689.

Ainda conforme dados da SES, a estimativa é de que entre 200 mil e 300 mil pessoas tenham a doença de Chagas em Goiás. No Brasil, o número pode varia entre 1,9 milhão e 4,6 milhões.

Segundo expõe a pasta estadual, a principal forma de transmissão da doença foi, por décadas, a vetorial, causada pelo inseto barbeiro. Atualmente, porém, a maioria dos casos é crônica, ou seja, de pessoas que já têm a doença há anos, mas descobrem o diagnóstico tardiamente.

A superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, explica que a doença de Chagas não está superada. Alguns municípios na região Nordeste do estado possuem alta incidência do barbeiro, como Posse, uma das cidades brasileiras com os maiores índices de vulnerabilidade para a doença. “

Por isso a SES desenvolve ações prioritárias para o controle do vetor e alerta a população para a importância do diagnóstico. Informação é fundamental. A partir dela, a pessoa acometida poderá buscar orientações para diagnóstico e tratamento”, salienta.

Exame

Devem realizar exame para Chagas moradores da zona rural que tiveram contato com o barbeiro ou que têm familiares com a doença; pessoas com batimento cardíaco acelerado e dificuldade para engolir alimentos e que tenham intestino preso.

Há, ainda, as transmissões orais (por alimentos), vertical (mãe para filho), acidentes laboratoriais, por transplante de órgãos e transfusões sanguíneas.

Em caso de sintomas ou desconfiança de contato com o barbeiro, as pessoas devem buscar atendimento na unidade básica de saúde mais próxima. O diagnóstico da doença é feito por meio de exame de sangue e é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como a medicação.

Sistema de informação

A SES desenvolveu, recentemente, o Sistema de Informação para Controle Vetorial da Doença de Chagas, que atua em perspectiva geoespacial, permitindo que gestores tenham a dimensão real de dados da doença de Chagas em Goiás, como infestação vetorial, perfil sanitário domiciliar e demais informações cadastrais.

O sistema é utilizado, em caráter experimental, nos municípios de Edeia, Aloândia, Simolândia, Alvorada do Norte, Iaciara, Buritinópolis e Posse, onde já foram realizadas capacitações com servidores.

Ainda de acordo com a SES, a pasta estadual realiza o suporte técnico e financeiro aos municípios, que são responsáveis pelas ações de controle do vetor. A Superintendência de Vigilância em Saúde é responsável pela aquisição, distribuição e manutenção das bombas costais. Além disso, também realiza capacitações com os agentes de saúde para ações de controle químico nas residências e de controle ambiental do inseto vetor, cientificamente conhecido como Triatoma infestans.