Doença do pombo preocupa profissionais do HDT
A criptococose, conhecida como doença do pombo, tem preocupado os profissionais do Hospital Estadual de…
A criptococose, conhecida como doença do pombo, tem preocupado os profissionais do Hospital Estadual de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT). A doença, causada pela inalação de poros de um fungo presente nas fezes de pombos urbanos e de morcegos, além de troncos de árvores e frutas secas, levou dois homens à morte em Santos (SP) e, por isso, a unidade de saúde a lançou um alerta.
De acordo com a infectologista do HDT, Christiane Kobal, uma vez inalado, o fungo se desenvolve no pulmão. A partir daí, começa a se espalhar por outras partes do corpo. “O fungo se propaga por meio da corrente sanguínea, podendo atingir o sistema nervoso e evoluir para meningite, uma complicação grave da criptococose”, disse a médica.
Os principais sintomas da doença são dores de cabeça, febre, vômito, rigidez na nuca, alterações da visão, fraqueza, dor no peito, confusão mental, náusea, falta de ar, formigamento nos braços e nas pernas. Eles variam de acordo com o estado imunológico do paciente e podem ocorrer de dois dias a até 18 meses.
No ano passado, 61 casos da doença foram registrados pelo HDT. O primeiro surgiu em Goiás em 2013 e, desde então, 267 pessoas já contraíram a doença.
A criptococose é especialmente perigosa para pessoas com o sistema imunológico comprometido. Ela afeta principalmente portadores do vírus HIV/Aids, pacientes com câncer, pessoas em tratamento com corticosteróides e com doenças autoimunes.
Diagnóstico da doença do pombo
Christiane ressalta que os sintomas são muito parecidos com o de outras doenças, como como meningites bacterianas e virais, pneumonias, ou infecciosas febris. Por esse motivo, é importante confirmar o diagnóstico o mais rápido possível.
“É recomendado que o paciente se dirija ao pronto socorro para que seja confirmado o diagnóstico, e assim, tratado com o medicamento antifúngico. A demora no diagnóstico e tratamento pode levar o paciente ao óbito bem como ocasionar sequelas neurológicas graves”, ressaltou a infectologista.
Como evitar
A orientação do Ministério da Saúde para evitar a doença do pombo é evitar contato com as aves e as fezes delas. “É orientado evitar alimentar e abrigar esses tipos de aves. Os locais onde houver o acúmulo de fezes devem ser limpos com água e cloro”, afirma Christiane.
O Ministério da Saúde também recomenda a utilização de equipamento de proteção individual, sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou aglomerado de pombos.
Com informações de SES.