Dois detentos de Aparecida morrem de Covid-19 em apenas uma semana
De acordo com a DGAP, um detento teria se infectado fora do presídio e o outro estava internado no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia
Dois detentos do Complexo Prisional de Aparecida morreram por causa da Covid-19 em uma semana, de acordo com o último boletim epidemiológico atualizado divulgado pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP)no último sábado (4)
Ao todo, 189 presos já contraíram o coronavírus desde o começo da pandemia. A situação preocupa entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Goiás.
De acordo com a DGAP, a primeira morte foi a de um detento que foi infectado fora do presídio. Segundo a direção da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto de Aparecida de Goiânia, o custodiado passou pela triagem no dia 19 de junho. Porém, ele necessitou de atendimento médico, foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A DGAP garante que ele não teve contato com os demais presos.
Dois dias depois, o paciente foi submetido ao exame RT-PCR, cujo o resultado foi negativo. E, no último dia 24 de junho, ele repetiu o teste – que constatou a doença. Vale ressaltar que os dois testes foram realizados fora da unidade prisional. A notícia da morte foi transmitida à direção da unidade por um familiar no último dia 30 de junho.
Segunda morte
O segundo detento morreu no última sexta-feira (3). Segundo a DGAP, ele cumpria pena na Casa de Prisão Provisória (CPP) e estava internado no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) desde o último dia 27 de junho após apresentar tosse. Ele estava na unidade desde o último dia 13 de junho. A direção da unidade ressalta que, logo que foi identificado os sintomas da Covid-19, o preso foi isolado e encaminhado para a assistência.
Números
Segundo a DGAP, 189 presos tiveram confirmações da doença e 62 já se recuperaram da doença. Além das duas mortes citadas, três detentos ainda estão internados. Para tal saldo, foram realizados 587 testes. Já os servidores, estão 112 casos confirmados, 84 estão recuperados, 66 estão em quarentena e 38 casos suspeitos estão sendo monitorados.
Uma morte foi confirmada. De acordo com a DGAP, a vítima era um servidor idoso e ocupava função administrativa. Ele estava afastado das funções desde 19 de março. A pasta destaca que a contaminação ocorreu fora da unidade prisional. Foram realizados 3054 testes até o momento.
Medidas
Por meio de nota, a DGAP destaca que uma série de medidas contra a doença através do Comitê de Gerenciamento de Crise. Esta, aliás, foi uma das medidas tomadas. A outra foi a suspensão de visitas e atendimentos presenciais de advogados. Também foram feitas unidades de triagem sendo utilizadas a Casa do Albergado e a Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto para os presos que irão entrar no presídio. Veja as medidas completas na íntegra.
[olho author=”DGAP”]
Nota retorno
Assunto: Ações de prevenção e combate a COVID-19*
O Comitê de Gerenciamento de Crise Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) no enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus informa que diariamente estão sendo realizadas no sistema prisional goiano, medidas de prevenção e combate a COVID-19
Segue abaixo a relação das ações da DGAP no enfrentamento da pandemia no sistema penitenciário goiano:
- A criação de um Comitê de Gerenciamento da Crise sobre coronavírus no sistema prisional, logo no início da pandemia em Goiás, o que refletiu na rapidez de ações enérgicas preventivas e proativas eficientes para o controle da doença. O comitê se reúne constantemente para avaliações e tomada de novas decisões conforme o quadro da doença afim de garantir soluções rápidas e análise constante da realidade da doença no sistema;
- A suspensão das visitas, de atendimentos presenciais de advogados, de atividades de trabalho e assistenciais de trabalho e religiosas. Neste caso, para o cumprimento da adequada assistência jurídica, foram instalados interfones em unidades prisionais para facilitar o contato entre advogado e cliente, em parceria com a OAB-GO, além de mecanismos de videoconferências entre juízes e presos para continuidade dos processos;
- A utilização da Casa do Albergado e da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto como “unidades de triagem” para os presos que ingressarão no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia; Nesta ação, todo preso encaminhado pelas Polícias Civil ou Militar só ingressam nas unidades que compõem o Complexo Prisional de Aparecida de Goiás, após passarem por um período de quarentena em um desses dois estabelecimentos penais.
- A aquisição, com recursos próprios e a parceiros, de EPIs para o contato dos servidores com os presos; de produtos destinados a higiene pessoal e desinfecção de ambientes prisionais. Além disso, a produção de máscaras em unidades prisionais com utilização de mão de obra carcerária. Sobre EPIs, a DGAP iniciou novas instruções de processos para novas aquisições;
- A distribuição de máscaras aos custodiados que laboram nas unidades prisionais ou que tenham que deixar a Unidade por algum motivo;
- Todas as Unidades do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, receberam remessa de medicações para extermínio de parasitas prejudiciais à saúde; As regionais receberam também produtos para desinfecção de ambientes;
- A realização de adaptações da Colônia Agrícola do Regime Semiaberto, o que propiciou a uma unidade básica de saúde para aprimorar a triagem de presos que serão inseridos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
- A promoção de palestras a respeito dos procedimentos de prevenção e combate ao Coronavírus e treinamentos sobre a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual- EPI a servidores. Além disso, vídeos e cards e áudios produzidos pela instituição compõem a campanha educativa para servidores publicada em redes sociais e site do órgão;
- A aquisição de pulverizadores e insumos (desinfetante a base de quaternário de amônio) com os quais foi realizada a desinfecção das Unidades Prisionais do Estado (carceragens áreas administrativas, e embalagens dos produtos levados por familiares aos presos) e demais departamentos que integram a DGAP;
- A desinfecção de viaturas vem sendo realizada sempre que conduz preso com alguma suspeita de contaminação;
- Testagem de servidores e de presos de todo o Estado (planejamento em execução);
- Divulgação de boletim diário sobre a atualização do quadro da doença no sistema prisional entre servidores e presos, nas redes sociais e site da DGAP; entre outras ações.
[/olho]