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Policiais são condenados por tráfico de drogas em Goiânia

Segundo a juíza Placidina Pires, o grupo agiam subornando traficantes e usufruindo das drogas para realizar a revenda; o grupo também fazia adulteração visando lucrar com o prejuízo de diversos concorrentes

O policial militar Eurípedes Barsanulfo da Silva Guimarães e o policial civil André Luiz Silva Guimarães foram condenados na última sexta-feira (25) por tráfico de drogas. A condenação foi proferida pela juíza Placidina Pires, da 10º Vara Criminal de Goiânia. Além dos policiais, Rinaldo Márcio França e o mecânico Alan Correia também foram considerados culpados, respectivamente, por tráfico e associação para o tráfico.

Conforme denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), Eurípedes, Rinaldo, André Luiz, Alan, juntamente com Roberth Barsanulfo Brito Guimarães, filho de Eurípedes, Fernanda Maria de Sousa e Elmo Percussor Campos se uniram para praticar o comércio de drogas. Segundo investigações, em 2007, Eurípedes era o principal interlocutor dos núcleos que visaram traficar os entorpecentes.

O primeiro núcleo era formado por Eurípedes e Rinaldo e tinha como objetivo apreender drogas de diversos traficantes para depois comercializar. Rinaldo entrava em contato com os traficantes, se passava por comprador e marcava um encontro. No local, Rinaldo se apresentava para os traficantes, quando André Luiz e Eurípedes os abordavam e os obrigaram a entregar as drogas, além do dinheiro que os criminosos portavam. O trio também extorquia traficantes para obter entorpecentes.

O segundo núcleo era responsável por vender a mercadoria. Roberth e Alan guardavam e distribuíam as drogas que o primeiro núcleo adquiria. O terceiro núcleo fazia parte da associação, já que Fernanda e Elmo emprestavam por diversas vezes o VW CrossFox para Eurípedes, Rinaldo e André Luiz, no momento em que os três iriam extorquir traficantes e pegar as drogas. Outra forma da organização para enganar os compradores era utilização de notas falsas. Uma maleta cheia delas foram apreendidas como prova do inquérito.

Com o grupo, também foram apreendidos diversos entorpecentes. Muitos deles estavam “batizados” com rapadura. O grupo fazia isso para obter vantagens do prejuízo dos concorrentes. Dessa forma, o grupo passou a apresentar aos compradores tabletes de rapadura embrulhados com cocaína, já que o doce e a droga têm a mesma aparência e coloração.

No dia da operação foram apreendidas notas falsas, drogas já embaladas e drogas em processo de adulteração. “Reforçaram esses elementos a apreensão de quatro porções de cocaína, duas já “batizadas” com açúcar (rapadura), e uma balança de precisão, em poder de Eurípedes Barsanulfo, além de utensílios utilizados para preparo do entorpecente (martelo, facão, com resquícios de drogas e sacos plásticos utilizados para a embalagem do produto ilícito)”, explicou Placidina. Com Eurípedes e Robeth foram aprendidos duas pistolas calibre 38 com carregadores. Rinaldo estava portando documentação falsa com o nome de Gean Marinho de Assis.

Fernanda Maria de Sousa e Elmo Percussor Campos foram absolvidos por insuficiência de provas. As penas foram distribuídas da seguinte forma:  Eurípedes Barsanulfo foi condenado a 9 anos, 5 meses e 20 dias de reclusão; Rinaldo Márcio França terá de cumprir 15 anos e 2 meses de prisão; André Luiz Silva Guimarães a 9 anos, 7 meses e  6 dias de reclusão; e Alan Correia de Oliveira a 4 anos, 5 meses e 20 dias de prisão. As penas deverão ser cumpridas em regime inicialmente fechado.