No último domingo de janeiro, que neste ano cai no dia 31, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, data instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a Secretaria da Saúde (SES), em 2014 foram 2.746 casos de hanseníase em registro ativo, em Goiás. Destes, 84% foram curados e 3% abandonaram o tratamento. Até novembro de 2015 surgiram 1288 novos casos de hanseníase, gerando um total de 2595 casos de registro ativo da doença.
A doença infecciosa e contagiosa popularmente conhecida como lepra é causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae e atinge pessoas de todas as faixas etárias. A hanseníase não é hereditária e a evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. No Brasil, o tratamento é gratuito e feito na rede básica de Saúde.
Em Goiás, o Hospital de Doenças Tropicais Anuar Auad (HDT/HAA) realiza o diagnóstico bem como o acompanhamento dos efeitos colaterais e reações ao medicamento, próprios da doença. De acordo com a médica dermatologista da unidade, Beatriz Justino, a transmissão da patologia ocorre por meio do contato direto com doentes sem tratamento, pois estes eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior em meio às secreções nasais e gotículas da fala, tosse e espirro. Ela destaca que essa transmissão não é tão fácil, “é necessário contato íntimo e prolongado”, diz.
SINTOMAS
Os principais sinais e sintomas ocorrem na pele e nervos: sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque; áreas da pele que apresentem alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e placas em qualquer região do corpo e diminuição da força muscular.
O paciente G.A.C., de 57 anos, descobriu que estava com hanseníase em 2005, quando apareceram manchas na pele. “Na época, fiz exames e a doença foi diagnosticada. Fiz tratamento, fiquei bom e não cuidei mais”, disse. G.A.C. passou quatro anos sem ir ao médico, e só voltou a se cuidar em 2010. Como está morando no interior, vem todo mês ao HDT/HAA para fazer o acompanhamento. ”Agora que estou fazendo o tratamento direito sinto que estou melhorando”, avalia o paciente.
Segundo Beatriz Justino, a hanseníase é estigmatizada porque, no passado, era diagnosticada muito tarde, causando deformações e mutilações nas pessoas. A médica afirma que a doença é curável, mas se não tratada pode levar a incapacidades. A dermatologista acena que hoje o tratamento é oferecido gratuitamente em todo o mundo, e há várias campanhas para o controle da doença. Ainda segundo ela, a doença foi erradicada em vários países.
Apesar de não haver uma forma de prevenção especifica para a haseníase, existem medidas que podem evitar as incapacidades e as formas multibacilares, tais como exame precoce dos contatos intradomiciliares; técnicas de prevenção de incapacidades; e uso da vacina BCG e, principalmente, o diagnostico precoce e o tratamento correto.
NÚMEROS EM GOIÁS
De acordo com a Secretaria da Saúde (SES), no ano de 2014 havia 2.746 casos de hanseníase em registro ativo, em Goiás. Destes, 84% foram curados e 3% abandonaram o tratamento. Até novembro de 2015 surgiram 1288 novos casos de hanseníase, gerando um total de 2595 casos de registro ativo da doença.