SEM FORMAÇÃO

Dona de clínica presa após morte de modelo só fez 3 meses de medicina no Paraguai, diz PC

Grazielly é dona de uma clínica de estética em Goiânia, local que foi interditado pela PC. Ela foi presa na quarta-feira (3)

Grazielly da Silva Barbosa (dona da clínica à esquerda) e Aline Maria Ferreira (modelo que morreu - à direita) Reprodução/Redes sociais

Grazielly da Silva Barbosa, que se passava por biomédica e foi presa após a morte da modelo Aline Maria Ferreira, de 33 anos, que passou por um procedimento no bumbum, cursou apenas 3 meses de medicina no Paraguai, segundo a delegada Débora Melo. O relato foi feito pela própria Grazielly à Polícia Civil.

“Essa clínica não tinha alvará nem responsável técnico. Indagando em relação ao responsável técnico, obtivemos a informação de que a presa, embora se apresentasse e comercializasse os serviços alegando que é biomédica, ela não é. Nunca cursou faculdade de biomedicina, não possui registro e o que ela nos falou é que cursou até o 3º período do curso de medicina no Paraguai e trancou o curso. Fez apenas cursos livres de estética”, disse a delegada.

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Grazielly é dona de uma clínica de estética em Goiânia, local que foi interditado pela PC. Ela foi presa na quarta-feira (3). A delegada afirma que a investigada não possui nenhuma graduação e que a clínica não tinha alvará de funcionamento.

A falsa biomédica é investigada por exercício ilegal da medicina, execução de serviço de alta periculosidade e crime contra a relação de consumo (ao induzir os consumidores ao erro), apontou a investigação. A PC ainda apura se houve lesão corporal seguida de morte com o caso da modelo Aline.

Morte após PMMA

À polícia, o marido de Aline contou que ela morreu em um hospital de Brasília, onde ficou internada após ter uma infecção generalizada depois de fazer o procedimento para aumentar os glúteos, com a aplicação de PMMA (Polímero plástico líquido que fica implantado no corpo e não é absorvido. Substância que pode causar graves complicações).

Testemunhas disseram à polícia, segundo o Metrópoles, que Aline começou a passar mal logo após a intervenção estética feita pela biomédica Grazielly Barbosa, em Goiânia, em 23 de junho deste ano. Os familiares lembram que a jovem voltou para casa, no Gama, e começou a ter febre e dor na barriga. Eles entraram em contato com a clínica, que recomendou apenas um remédio para dor de cabeça.

No dia 27, a modelo desmaiou. Foi quando o marido a levou para ser analisada por um médico no hospital privado.

Conforme a delegada, a clínica não tinha arquivos de prontuários e não fazia fichas de anamnese para saber se os pacientes eram aptos aos procedimentos. Exames pré-operatórios também não eram solicitados e os contratos de serviços não eram entregues.

O Mais Goiás não conseguiu localizar a defesa de Grazielly para um posicionamento. O espaço permanece aberto.