MAUS-TRATOS

Dono some de fazenda e deixa gado morrer de fome em São Luiz do Norte

Funcionário da fazenda diz que pelo menos 350 cabeças de gado foram abandonadas pelo proprietário

O Ministério Público de Goiás e a Polícia Civil investigam um caso de maus-tratos contra animais que estaria ocorrendo em uma propriedade rural do município de São Luiz do Norte, no interior de Goiás. Em dezembro do ano passado, policiais militares descobriram centenas de bovinos na fazenda em grave situação de negligência e abandono. Os animais estavam raquíticos e vários já haviam morrido. De acordo um funcionário da fazenda, o dono teria ido embora há cerca de um ano sem providenciar comida para o gado desde então.

Conforme registro da PM do dia 23 de dezembro do ano passado, policiais militares estavam em patrulhamento pela região da fazenda Córrego de Pedra, na zona rural de São Luiz do Norte, quando avistaram na propriedade um rebanho bovino visivelmente desnutrido. Segundo relato policial, o gado estava extremamente magro e vários urubus sobrevoavam a área.

Ao verificarem o local, os policiais se depararam, segundo relato da PM, com seis animais já mortos e um bezerro que nem conseguia mais se levantar. Questionado, um funcionário da propriedade informou que o dono dos animais não aparecia no local há mais de um ano e que, em outras partes da fazenda, mais animais estavam morrendo de fome.

O Mais Goiás não conseguiu apurar o que a polícia já sabe sobre o fazendeiro, mas ele já foi intimado a depor.

Foto: Reprodução

Ainda de acordo com a PM, o funcionário informou também que havia ficado com a guarda de cerca de 350 bovinos; mas que o proprietário, mesmo ciente da falta de comida para os bichos, não tomava qualquer atitude.

Secretaria municipal foi acionada

Ao Mais Goiás, a Secretaria do Meio Ambiente de São Luiz do Norte informou que foi acionada pelo Ministério Público ainda em dezembro e passou a atuar no caso em questão. A pasta relatou que, a princípio, exigiu do proprietário a compra de 30 toneladas de silagem para provimento dos animais e ofereceu transporte do alimento até a fazenda.

Ainda segundo a secretaria, “a ração foi dada em 3 etapas, exatamente para dar tempo do proprietário fazer um curral” para levar o gado para uma pastagem onde ele pode se alimentar.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso e, segundo a corporação, já intimou os envolvidos para serem ouvidos. A reportagem do Mais Goiás não conseguiu contato com o proprietário dos animais.