DPE-GO se manifesta sobre abordagem a youtuber: ‘inadmissível’
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) se manifestou sobre a abordagem policial que…
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) se manifestou sobre a abordagem policial que o Youtuber Filipe Ferreira sofreu e que ganhou repercussão nas redes sociais desde a noite de sexta-feira. Por meio de uma nota publica em seu site e nas redes sociais, o órgão classificou a situação como “inadmissível”
Por meio do Grupo de Trabalho pela Igualdade Racial da Defensoria Pública do Estado de Goiás, o órgão afirmou que não havia qualquer motivo para que a abordagem fosse feita daquela forma.
“[…] as imagens veiculadas pelo vídeo gravado no celular da vítima demonstram por si a inadequação das condutas realizadas pelos agentes policiais e a ausência de qualquer elemento objetivo para a abordagem de Filipe, que estava apenas registrando manobras de bicicleta em um parque para postagem no seu canal”, diz a nota.
O texto ressalta ainda que o fato tem “nítidos contornos racistas” e o poder público precisa tomar providência com relação aos envolvidos na abordagem. “Os fatos exigem, tanto da sociedade goiana explícitas e públicas manifestações de repúdio e indignação, quanto das autoridades competentes as devidas investigação e responsabilização dos envolvidos”.
Por fim, o órgão se solidariza com o youtuber e se coloca a disposição para prestar assistência jurídica ao jovem. “[…] a Defensoria Pública reitera que não medirá esforços para que negros e negras possam exercer livremente seus direitos de viver e existir com dignidade em Goiás como qualquer outro cidadão”.
A abordagem
Na gravação, enquanto registrava manobras de bicicleta para seu canal, Filipe Ferreira é surpreendido pela Polícia Militar (PM) e algemado. O caso aconteceu em Cidade Ocidental, município do Entorno do Distrito Federal, a 199 quilômetros de Goiânia.
No vídeo, inicialmente é possível ver Filipe fazendo as acrobacias. Quando uma viatura da PM surge, um dos policiais desce do carro e grita ordenando que o jovem se afastasse. Ferreira questiona a abordagem do policial, e o militar saca uma arma.
“Por que você está apontando uma arma pra mim?”, pergunta o youtuber. “Coloca a mão na cabeça. Se não obedecer, você vai ser preso”, grita o PM. “O que que eu tô fazendo cara?”, continua Filipe.
Durante todo o momento, um dos policiais mantém a arma apontada. “Esse é o procedimento”, afirma. “Beleza, cara, mas porque me tratar desse jeito?”, indaga Ferreira.
Segundos depois, Filipe tira a camisa para mostrar “que não tem nada”. Logo depois, o jovem é algemado. “Resiste aí para ver o que vai acontecer contigo”, diz um dos policiais. “Eu sou trabalhador”, continua Filipe. “E eu sou vagabundo, estou aqui brincando”, responde o militar.
Ao Mais Goiás, a Polícia Militar alegou que está “verificando todas as informações relativas a este fato, para melhor responder a demanda”. O espaço segue aberto.