Drogaria em Goiânia abre dez vagas para jovens com deficiência
Empresa lança Projeto Profissionalização, destinado a jovens autistas, portadores de Síndrome de Down e de deficiência intelectual com foco na inclusão social
Uma drogaria em Goiânia abriu dez vagas para jovens com autismo, Síndrome de Down e deficiência intelectual, com idade a partir de 16 anos. A iniciativa é uma parceria da empresa com a ONG Associação Espaço Vida com o objetivo de profissionalizar os participantes e oferecer uma oportunidade de emprego.
Inicialmente o projeto, que ainda é piloto, vai ofertar dez vagas em duas etapas. Primeiramente os jovens vão ser treinados na associação, onde vai ser o laboratório de aprendizado, acompanhados por equipe transdisciplinar integrada por profissionais da área de educação física, fonoaudiologia, musicoterapia e psicologia, entre outros.
A Espaço Vida vai avaliar as atividade de profissionalização e direcionar os participantes para suas respectivas áreas de competência, além de auxiliar a empresa a fazer as adaptações necessárias para a adaptação das funções e mediar a transição dos jovens do projeto para a empresa.
Já na segunda etapa, os novos profissionais vão começar suas atividades na administração, centros de distribuição e nas farmácias da empresa. Os participantes vão ser orientados por um supervisor que vai dar apoio à equipe.
O Projeto Profissionalização também vai incluir as famílias dos profissionais com deficiência por meio de um curso de educação financeira, uma vez que os contratados vão receber um salário e benefícios da empresa. Os participantes vão trabalhar quatro horas por dia, de segunda a sexta-feira.
“O objetivo do curso de educação financeira é dar ao jovem a capacidade de encontrar seu papel na sociedade, onde ele terá consciência de que pode ajudar a família ao mesmo tempo em que pode aproveitar seus momentos de lazer, com seu próprio esforço e trabalho”, explica a presidente da Associação Espaço Vida, Karina Civile Pereira.
O gerente de recursos humanos da Santa Marta, Cristiano Martins, explica que a empresa desenvolve esse projeto visando a independência das pessoas com deficiência. A rede já emprega 17 profissionais com deficiência física, auditiva ou mobilidade reduzida.
“Para as pessoas com deficiência, a oportunidade de atuar no mercado de trabalho traz independência e reconhecimento. Para as empresas, há um ganho em relação à humanização da gestão, eliminando preconceitos e paradigmas ultrapassados. Do ponto de vista econômico, o processo de inclusão também é favorável, pois estimula a economia do País, já que mais pessoas estão exercendo atividades remuneradas”, pontua o gerente.
Inclusão
As Empresas com cem ou mais empregados precisam preencher uma parcela de seus cargos com pessoas com deficiência, de acordo com a Lei de Cotas 8.213/91. A legislação prevê ainda que os estabelecimentos precisam passar antes por reformulações em suas estruturas a fim de que a mobilidade seja facilitada, além da própria cultura e valores coletivos.
A educadora e coordenadora geral da Associação Espaço Vida, Karla Ismaragda Franco Lage, ressalta a importância social da oportunidade de emprego para os profissionais com deficiência (PcD). “Não é uma vaga comum para PcD, é um projeto pioneiro, onde os talentos destes jovens serão levados em conta, com toda a adaptação necessária para que a inclusão ocorra e eles possam ser verdadeiramente absorvidos no mercado de trabalho. Nós, os ditos típicos, temos a chance de escolher nossas profissões. O Projeto de Profissionalização vem garantir este direito aos profissionais PcDs”, explica.