Duplicam os casos de AVC atendidos no Hugol
De julho de 2015 a março de 2017, unidade registrou 1.162 atendimentos para pacientes vítimas de Acidente Vascular Cerebral
O Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) realizou, de julho de 2015 a março de 2017, 1.162 atendimentos, entre urgência e emergência, internação e ambulatorial, para pacientes vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Os atendimentos de janeiro, fevereiro e março de 2017 (342) já são o dobro dos realizados durante todo o segundo semestre de 2015 (169) e o primeiro semestre de 2016 (176), o que denota um aumento alarmante. Esses números também mais que duplicaram no comparativo do segundo semestre de 2015 com o mesmo período em 2016 (475).
De acordo com o supervisor médico de Neurocirurgia do Hugol, Francisco Azeredo, o “acidente vascular cerebral isquêmico é uma interrupção abrupta do fluxo sanguíneo cerebral, podendo levar à morte da região acometida. Há também o AVC hemorrágico, que é o sangramento dentro do cérebro, decorrente da ruptura de vasos intracranianos, como por exemplo a ruptura de um aneurisma ou de uma malformação artério venosa”.
O médico completa que “a prevenção passa por hábitos de vida saudáveis, como alimentação adequada, atividades físicas regulares, não fumar, não beber em excesso etc., além do controle de hipertensão arterial, diabetes e alteração dos níveis de colesterol, quando presentes”.
Azeredo explica que “os sintomas do AVC, seja ele isquêmico ou hemorrágico, têm como principal característica início súbito, podendo se manifestar como tonteira, dor de cabeça intensa de instalação súbita e diferente de todas as que por ventura tenha tido, seguida ou não de perda da consciência, vômitos, boca torta, paralisia de algum lado ou membro do corpo, dificuldade para falar, confusão mental, sonolência e até coma”.
Em caso de suspeitas do AVC, o indivíduo deve “procurar imediatamente o serviço médico através do Samu, pois o atendimento rápido e adequado serão determinantes no resultado final do tratamento”, completa o neurocirurgião. Sobre o tratamento, ele relata que “é individualizado e o Hugol conta com serviço especializado para dar atendimento e tratamento adequados para cada caso”.
A Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV) conscientiza que “existe uma ‘janela terapêutica’ para o tratamento do AVC, ou seja, um momento ótimo para intervir nos processos patológicos desencadeados pela isquemia cerebral no sentido de minimizar o dano ao sistema nervoso central. Esta janela terapêutica, na maioria das vezes, tem uma duração de poucas horas, o que determina a necessidade de rapidez no atendimento às pessoas que apresentam um AVC agudo”.
Rápido atendimento
Tonteira foi o primeiro sintoma sentido pelo funcionário público Tullio Alessandro Martins, de 42 anos, vítima de um princípio de AVC isquêmico em fevereiro deste ano, paciente do Hugol. Desportista, ele jogava futebol quando percebeu que estava um pouco tonto, por isso agachou para evitar cair. Seus colegas de time perceberam seu mal-estar e logo chamaram o socorro. A partir desse momento, Tullio já não movimentava o lado direito do corpo e nem conseguia falar. Uma das pessoas que estava praticando o esporte próximo ao ocorrido se apresentou como enfermeiro e, ao perceber os sinais que ele apresentava, informou que poderia ser um AVC.
“Me levaram para o Hugol e fui atendido de imediato. No atendimento, pelo que me falaram, eu perdi a memória por uns instantes, não conheci ninguém. Foi dentro do prazo e, graças a Deus, foi tudo ótimo, incluindo o atendimento dos médicos, que me atenderam na hora. Poderia reverter ou não, mas como os médicos disseram, levo uma vida bem saudável, pratico esporte, tenho alimentação controlada, não bebo, não fumo, e isso ajudou bastante. Todos os procedimentos realizados aqui foram de padrão internacional”, conta Tullio em seu retorno ambulatorial, pois teve alta hospitalar alguns dias depois de sua internação, sem nenhuma sequela grave.