É ansiedade que chama isso aí, não é mesmo?
Ansiedade, palpitação no peito, o tempo que não passa, a angústia de não saber esperar... Tudo isso a gente vê por aí
“A ansiedade acaba com o prazer nas coisas que gosto”. Lembrei desse trecho pesado de um relato que li numa thread de Twitter um tempo atrás sobre esse mal que prestamos mais atenção nos tempos de hoje. Antes, por estupidez geracional, lidávamos com esse tipo de transtorno como frescura. Coisas que deveríamos varrer para debaixo do tapete. Ou levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Hoje, temos consciência de que a ansiedade deve ter um olhar profissional, principalmente em casos graves como quando paralisa o indivíduo.
Todo mundo sofre de um pouco de ansiedade. É normal, dentro de certos limites. Pergunte a um atleta como se sente antes de uma disputa final e verá que a ansiedade o consome por dentro. Converse com uma artista sobre a ansiedade que sente antes de encarar uma multidão como, sei lá, a do Rock in Rio e observará que esse sentimento é constante. Se isso não impedir a pessoa de fazer uma grande partida ou de arrasar no palco, é tudo mais ou menos no script.
Claro que tem a ansiedade nossa de cada dia também. Quando ficamos esperando aquela ligação ou mensagem de retorno do encontro amoroso que adoramos na noite passada e esse contato nunca vem. Ou quando fazemos uma entrevista de emprego para aquela vaga dos sonhos e a resposta demora semanas. A vida tem que seguir, apesar do coração que quase pula pela boca.
Quando criança, parece que a ansiedade é ainda mais intensa. Minha caçula estava semanas esperando por uma excursão da escola. No dia da viagem, ela saltou da cama antes das cinco da manhã numa excitação sem fim. Nada fazia a garota voltar pra cama sendo que o alarme ainda demoraria mais de hora para soar.
Se é assim nessas coisinhas da vida de qualquer um, fico imaginando como não está a ansiedade das campanhas de Lula e Bolsonaro com a expectativa da pesquisa Datafolha que será divulgada na noite de hoje. É dor de cabeça, é o olho que não sai do celular, é palpitação no peito, é o intestino que fica descontrolado em locais inapropriados…
Como eu já disse: cada um que lide com sua ansiedade do jeito que lhe é mais apropriado.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução – FreePik