“Ela me pede para falar para os médicos que ela quer andar de novo”, conta mãe de Isadora
“O maior milagre é que minha filha está viva. Mas nós acreditamos em um novo…
“O maior milagre é que minha filha está viva. Mas nós acreditamos em um novo milagre, que um dia ela vai conseguir andar novamente”, afirmou Isabel Rosa dos Santos, mãe de Isadora de Morais, de 14 anos. A adolescente é uma das vítimas de um colega de sala que abriu fogo contra a turma na última sexta-feira (20).
Isadora foi atingida por três tiros e um deles lesionou uma vertebra, deixando a menina paraplégica. A garota está internada em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Emocionada, Isabel conta que a filha percebeu logo que acordou que não sentia as pernas. “Sem chorar, ela perguntava porque não conseguia sentir as pernas. Ela fica me pedindo para falar para os médicos que ela quer andar de novo”, conta a mãe. “Imagino que para ela é como uma prisão, ela perdeu o direito de ir e vir”, afirmou a mãe em entrevista coletiva.
Isabel conta que a filha tentou correr para fora da sala junto com os amigos quando percebeu os tiros, mas já havia sido atingida na coluna e não conseguia andar. Isadora já chegou ao hospital paraplégica.
Sobre o adolescente responsável pelos disparos, Isabel afirmou que, como professora, acredita que a responsabilidade não pode ser transferida apenas para a escola. “Ele e a família precisam ser tratados. As pessoas vão esquecer, mas o trauma das nossas famílias nunca vai passar. Nossas leis precisam mudar. Dizem que ter detector de metais nas escolas constrange as crianças. O que constrange é eu deixar minha filha na escola andando e buscá-la em um hospital e em uma cadeira de rodas”, desabafou Isabel.
O pai da estudante, Carlos Alberto de Morais, afirmou que existe grande expectativa na família para a volta de Isadora para casa. “Não vemos a hora disso acontecer. Estamos felizes porque ela está viva”, disse Carlos.