“Ele é investigado por outros casos de crimes de natureza sexual”, diz procurador-geral sobre prefeito de Luziânia
Quantidade de crimes não foi divulgadas pelo MP-GO para não atrapalhar as investigações. Também estão sendo apuradas denúncias de improbidade administrativa
O prefeito afastado de Luziânia, Cristóvão Tormin (PSD), está sendo investigado por vários outros casos de crimes de natureza sexual. É o que aponta o procurador-geral da Justiça de Goiás, Aylton Flávio Vechi. Cristóvão foi afastado do cargo, por 120 dias, na manhã desta sexta-feira (21), após decisão da medida cautelar desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira. A justificativa do afastamento era para evitar que o prefeito utilize do cargo público para praticar possíveis práticas criminosas e garantir a eficiência das investigações.
O promotor de Justiça, Cássio Roberto Teruel Zarzur, explica que há uma ação penal em curso de natureza sexual, mas que não pode passar mais informações do processo por transitar em segredo de Justiça e para garantir a segurança dos envolvidos. Essa denúncia foi recebida em novembro de 2019 e envolve uma vítima. “Com o afastamento, nós temos condições de efetivamente apurar os supostos crimes praticados pelo prefeito e acreditamos que outras vítimas possam aparecer”, destaca.
Apesar de o caso estar ainda em investigação, o promotor de Justiça destaca que os fatos revelaram “gravidades suficientes” para realizar a medida cautelar. Ele explica que, em uma possível condenação, o prefeito pode chegar a perder a função pública.
“É muito importante que essas vítimas se sintam acolhidas. E é muito importante para que essa conduta receba a resposta e conduta devida do Estado”, finaliza a subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Ana Cristina Ribeiro Peternella França.
Além do processo de investigação penal, também é apurado processos de improbidade administrativa. Segundo o órgão, Cristóvão é alvo de mais de 100 investigações de casos como contratações de funcionários fantasmas, nepotismo, entre outros casos.
Vice-prefeita
Quem assumiu a prefeitura da cidade foi a vice-prefeita, Professora Edna (Pros). Em uma publicação da rede social, ela disse que foi “surpreendida com a notificação judicial” para assumir o cargo. A agora prefeita disse que não fará “juízo de valor quantos aos fatos, pois tudo está em curso de investigação, e disso, certamente os órgãos responsáveis e a justiça já estão cuidando.” Veja publicação abaixo:
Caso
Cristovão Tormin é investigado pelo Ministério Público (MP-GO) por crimes de natureza sexual contra uma servidora do município. Em outubro de 2019, o Mais Goiás noticiou que uma servidora concursada da prefeitura de Luziânia teria sido abusada pelo prefeito por três vezes, entre os anos de 2016 e 2018. As denúncias também apontam que as investidas aconteciam dentro do gabinete, quando a servidora o procurava para falar sobre uma gratificação.
Na época, o político afirmou que a acusação não era verdadeira e fazia parte de armação política. Ele chegou a registrar boletim de ocorrência de falsa comunicação de crime. Em vídeo publicado nas redes sociais, Tormin afirma que meses antes de a servidora o acusar de abuso sexual, ele teria sido alertado que pessoas ligadas a um deputado estadual, um vereador e um candidato a prefeito derrotado na última eleição, iriam depor contra o político. Os nomes dos políticos, no entanto, não foram revelados.