Em assembleia, servidores da Educação adiam votação da greve para o dia 18
Segundo o Sintego, alguns atos serão realizados nos próximos dias para chamar a atenção do governo estadual. Adiamento, ainda de acordo com o sindicato, trata-se de uma mudança estratégica
Servidores da Educação decidiram, em assembleia, adiar a votação do indicativo da greve para o próximo dia 18 de outubro. O ato foi realizado nesta terça-feria (1°), em frente à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Ainda foram aprovados diversos atos para o mês de outubro.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, o intuito é chamar atenção do governador Ronaldo Caiado (DEM) para as questões da classe. Principalmente o pagamento do piso e data-base. Segundo ela, o adiamento da votação da greve é uma mudança estratégica para que o governo não relacione a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) com a possível paralisação.
“Vamos insistir na negociação, inclusive buscando diálogo com ele [governador]. Eu sou persistente! Ele não pode se esconder atrás dessas últimas desculpas. Então, nesse sentido, estamos buscando o diálogo para não haver prejuízos aos estudantes e nem mesmo para a nota do Ideb. Não vamos levar essa responsabilidade. Mas, se até lá, o governo não avançar, continuo insistindo que poderemos, sim, entrar em greve”, destaca.
Para chamar atenção do governador, foram aprovadas atividades na Rua 3, no Centro de Goiânia, e no Congresso Nacional, em Brasília (DF). Todas elas são contra o fim do Fundo de Desenvolvimento de Educação (Fundeb). As manifestações ocorrem nesta quarta e quinta feira (2 e 3).
Também na quinta-feira (3), está previsto um ato na Praça Universitária, em Goiânia, com a participação de estudantes. A previsão para início é a partir das 16 horas. Outra medida aprovada foi a constante vigilância da categoria sobre a possibilidade do aumento de salário para apenas 3% dos servidores da classe. A proposta pode ser lida em plenário na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), ainda esta semana.
“Tenho informações que ela será mandada para cá [Alego]. Se não foi, será. O governo, com desculpa que está pagando o piso, quer pagar o aumento apenas para 3% da categoria, deixando 97% fora. Contratos, professor aposentado, profissional que ser qualificou e os próprios administrativos serão prejudicados”, afirma a líder do sindicato.
PEC azeda diálogo entre servidores e governo
A deputada Adriana Accorsi (PT) afirma que as expectativas para a concessão desses diretos não são das melhores. Ela culpa a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Educação – que diminui de 27% para 25% os investimentos no serviço – como um dos motivos para o azedamento do diálogo entre os servidores e o governo.
“A PEC da Educação restringe, congela o investimento. Eu fui muito contra e eu considero que ela é muito prejudicial ao Estado. A Educação tem que ter investimento constante. Nós vivemos um momento que várias escolas estaduais precisam de recursos para reformas e outras questões e precisava investir”, afirma.