Confusão

Em depoimento, agente prisional baleado afirma que foi perseguido por PM antes de tiroteio

A declaração foi dada em depoimento à Polícia Civil nesta quinta-feira (18) e contraria a versão do policial de que teria sido seguido pelo agente prisional

O agente prisional Douglas Fernando Tavares atingido por disparos do oficial da Polícia Militar (PM) Sebastião da Costa Martins durante troca de tiros no Parque Amazônia, em Goiânia, na última terça-feira (16), afirmou que foi perseguido pelo PM antes do tiroteio. A declaração foi dada em depoimento à Polícia Civil nesta quinta-feira (18) e contraria a versão do policial de que teria sido seguido pelo agente prisional.

Conforme relata o delegado responsável pelo caso, Anderson Pimentel, Douglas Fernando contou que notou a perseguição do PM enquanto dirigia e tentou enganar o veículo fazendo outro trajeto. Em determinado momento, parou a caminhonete em que estava e achou que teria despistado o policial. Porém, ao olhar no retrovisor, percebeu que o militar se aproximava já com a arma em mãos.

Segundo o agente prisional, por não saber que se tratava de um policial militar, Douglas também sacou a arma e disparou contra o oficial da PM. Durante o depoimento, Douglas também sustentou que Sebastião realizou os primeiros disparos, e que, somente após a troca de tiros, se identificou. Na ocasião, o agente prisional também se apresentou e o tiroteio foi cessado por ambos.

Na noite de terça-feira (16), o policial afirmou que resolveu abordar o condutor da camionete porque estava sendo seguido, e imaginou tratar-se de criminosos, uma vez que o veículo estava sem placa na frente e a placa traseira estava dobrada.

“Há informações conflitantes dos fatos. Ambos disseram que agiram em legítima defesa por acharem que estavam sendo perseguidos. A apuração está sendo feita da forma mais isenta, imparcial e técnica possível para que o fato seja esclarecido e para atribuir responsabilidade caso haja alguém para ser responsabilizado”, comentou o delegado.

Ainda de acordo com Anderson, na próxima semana, a Polícia Civil irá ouvir o motociclista baleado acidentalmente durante a troca de tiros. A corporação reúne provas periciais e testemunhais para elucidar o caso.

 

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Relembre

Um agente prisional e um motociclista foram baleados no início da noite desta terça-feira (16) no Parque Amazônia, em Goiânia. Os tiros teriam sido efetuados por um oficial da Polícia Militar após desentendimento no trânsito com um agente prisional. A confusão foi registrada por imagens de segurança do local.

A primeira informação repassada para a Polícia Militar dizia que um oficial da corporação, que não estava de serviço, e um agente prisional que trabalha no Grupo de Operações Penitenciárias (Gope) teriam trocado tiros na Avenida Arumã.

Na confusão, o agente foi ferido com um tiro nas costas, e um motociclista, que passava do outro lado da via com sua esposa na garupa, e nada tinha a ver com a confusão, acabou baleado no ombro. O caso é apurado pela Diretoria-Geral de Administração Pública (DGAP) e pela Polícia Militar.