Milhares de pessoas protestaram contra o governo de Dilma Rousseff na tarde deste domingo (13) em Goiânia. De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu 60 mil pessoas. Porém, a organização divulgou a presença de 90 mil a 100 mil manifestantes. O protesto começou com concentração na Praça Tamandaré, no Setor Oeste. O grupo reivindica o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a condenação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva por crimes de corrupção.
Três carros de som de grande porte e um pequeno acompanharam a população durante o trajeto, que após a Praça Tamandaré, seguiu pela Avenida 85, passou pelo viaduto da Praça do Ratinho, virou na Avenida Edimundo Pinheiro de Abreu e se concentrou na porta da sede da Polícia Federal em Goiânia. O protesto foi organizado pelos movimentos Brasil Livre, Vem Pra Rua e S.O.S. Brasil.
A cor verde e amarelo predominou e o Hino Nacional foi cantado diversas vezes. A população também se muniu de placas e grande faixas com palavras de ordem e declarações contra Dilma e Lula. Em uma delas o mosquito Aedes Aegypti foi desenhado ao lado dos dizeres “PT é a zika do Brasil”. Muitos cidadãos também levantaram faixas de apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato.
A PM acompanhou toda a manifestação. Em frente ao prédio da Polícia Federal, um paredão de policiais foi formado. Os manifestantes saíram da Praça Tamandaré, por volta das 14h30, e começaram a chegar ao destino final por volta das 16h30. Eles continuaram em frente ao prédio da PF por pelo menos uma hora, quando o grupo começou a dispersar-se.
Mudança
Em uma tenda na Praça Tamandaré, representantes da maçonaria, ligados ao MBL, colheram assinaturas de pessoas que defendem o impeachment. A comerciante Suza Carla Naves Couto, 48, apoia a ação. “É inadmissível a forma como o Brasil está sendo conduzido, estamos vendo cada vez mais casos de corrupção, sem contar os problemas na economia. Mesmo que o Temer de torne presidente, precisamos fazer alguma coisa”, diz.
O sobrinho dela, Gabriel Dias Melo, 13, participou do protesto com a família. ” Os políticos precisam pensar na minha geração. Não estou aqui porque apoio que o Temer seja presidente ou o Aécio. Acho que nenhum deles prestam. Mas algo precisa ser feito hoje para abrir os olhos do Brasil”, afirma o adolescente.
Organização
Ana Cláudia de Medeiros é uma das representantes do movimento Vem Pra Rua. De acordo com ela, o grupo se mobilizou durante semanas em panfletagens e nas redes sociais para realizar a manifestação. “As pessoas sempre foram muito receptivas. Quando convidávamos para o protesto, elas falavam de suas dificuldades econômicas”, conta Ana Cláudia. Mesmo com o trabalho realizado, os organizadores afirmaram que estavam surpresos com a quantidade de pessoas que participaram do ato.
Ainda segundo Ana Cláudia, o movimento deseja mais do que a queda de Dilma Rousseff. “Se ela cair hoje, nossa saída é o vice-presidente, Michel Temer. Mas nossa vontade, e tudo indica que será cumprida, é que caia toda a chapa”, afirma Ana Cláudia. Segundo Arthur Oto, representante do S.O.S Brasil, o objetivo é o impeachment “e o que acontecerá depois só o futuro pode dizer”, disse.
Políticos
O deputado federal Fábio Sousa (PSDB) participou da manifestação e postou foto em seu perfil no Instagram. Na legenda, ele escreveu “Como cidadão tenho o direito de protestar pelo que eu acredito. Como deputado tenho a obrigação de ouvir o que o clamor popular está dizendo. Quando a hora chegar, e a hora e está chegando, votarei SIM”.
O vereador Thiago Albernaz (PSDB) também participou do protesto. Na mesma rede social postou foto com a família e escreveu “Família unida a favor do BRASIL!!! #Brasilquemeorgulha #ForaPT #MudaBrasil #foradilma #EuAcredito”.
O engenheiro e pré-candidato a prefeito de Goiânia, Luiz Bittencourt (PTB), também marcou presença no protesto. Ele é contra o governo federal e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Bittencourt disse que a presença maciça de goianienses nas ruas, mostrou que a população está cansada de gestões inoperantes e que não resolvem os problemas. “É hora de mudar. Não dá mais para ficar assistindo à governos envolvidos com escândalos. Temos que virar a página e passa o Brasil a limpo”, disse o pré candidato.