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“Em Goiás não existe Abril Vermelho. Todos os meses são verde e amarelo”, diz Caiado

"É um absurdo, inaceitável que invadam uma terra apenas por ser grande”, continuou o governador.

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) disse, em entrevista à GloboNews, na quinta-feira (18), que “em Goiás não existe ‘Abril Vermelho’. Todos os meses são verde e amarelo”. A fala é em referência à ação que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza durante o mês, em referência ao Massacre de El Dorado dos Carajás, em 1996.

“É um absurdo, inaceitável que invadam uma terra apenas por ser grande”, continuou o governador.

Ronaldo Caiado ainda disse que os acampamentos rurais em Goiás eram “verdadeiras favelas rurais”. Ele diz que para se ter reforma agrária, é preciso de infraestrutura e condições dignas a regiões mais carentes.

“Nós instalamos energia elétrica, levamos sinal de internet, oferecemos cursos profissionalizantes para as pessoas”, frisou ao comentar da parceria com empresas para a geração de emprego e renda para a população. “Dessa forma, temos renda para o cidadão, dignidade e incorporação de valor a essas pessoas com uma educação de qualidade. É dar ao local a condição de ser produtivo”, disse.

Ação policial em Goiás

O governador determinou que a polícia impeça qualquer tentativa de novas ocupações em Goiás. Na última quinta-feira (15), polícias Civil e Militar impediram a entrada de um grupo em uma usina no município de Vila Boa, no Entorno do Distrito Federal.

O que é o Abril Vermelho do MST?

O Abril Vermelho do MST é uma série de ações que envolvem, o que a entidade chama de luta em defesa da terra. Entre elas está atividades de solidariedade, doação de alimentos, plantio de árvores e a denúncia contra o modelo de produção do agronegócio. Além disso, o Movimento prevê a realização de acampamentos pedagógicos com a Juventude Sem Terra, com o objetivo de construir processos de formação e debates em torno da conjuntura.

A ação nasceu a partir do massacre de El Dorado dos Carajás, no Pará, em 1996, quando a Polícia Militar atirou contra sem terras que marchavam para Belém. Na ocasião, 21 pessoas morreram.