Em Goiás, número de mortes por coronavírus cresce 217,9% em julho
Crescimento de casos e óbitos pela doença no Estado está muito acima da média nacional. Isolamento social cai apesar de quarentena 14x14
O número de óbitos por coronavírus cresceu 217,9% durante o mês de julho, em Goiás, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES)*. O acumulado agora é de 1.656, contra 521 do primeiro dia do mês. No total, foram 1.135 mortes registradas no período, o que representa 68,6% de todos os registros desde o início da pandemia.
Já o número de casos saiu de 25.808 para 68.448, um aumento de 165,2%. Foram confirmados 42.640 novos casos da doença no mês. Isso significa que 62,3% das confirmações da doença aconteceram em julho.
Em média, morreram 36,6 pessoas por dia por causa da Covid-19 em todo o estado. Além disso, foram registrados 1.375,5 casos diários da doença.
Proporcionalmente, o período em que foram registrados mais casos da doença foi entre os dias 2 e 9. Na semana em questão, as confirmações aumentaram 30,3%, saindo de 26.263 para 34.216. Neste período também foi registrado o maior crescimento do número de óbitos. Na época, as mortes saíram de 545 para 771, o que representa um aumento de 41,5%
Os dados da SES mostram, também, que tanto o número de casos quanto o de óbitos em Goiás têm crescido em velocidade muito superior à média nacional. Em todo o País, foram registradas 31.843 mortes causadas pela doença no mês de julho, de acordo com o Ministério da Saúde (MS). Isso representa um aumento de 52,6%. Já o número de casos aumentou 78,8%, com 1.173.732 confirmações no período.
Coronavírus nas principais cidades
Entre as três maiores cidades do estado, a que apresentou maior aumento proporcional foi Aparecida de Goiânia. Lá, o número de casos chegou a 10.241, um crescimento de 252,3% no mês. Este percentual é menor do que o aferido em junho (516%). O número de óbitos no município em dia 31 de julho foi de 168, o que representa um crescimento de 180%.
Em Anápolis, o número de casos saiu de 966 para 2551, o que representa um crescimento de 164,1% O percentual também é menor do que o registrado no mês de maio (450%). Já o número de óbitos na cidade saiu de 14 para 85, o que representa um aumento de 507,1%.
A capital registrou o menor aumento das três maiores cidades no mês, com um crescimento de 140,2% no número de casos. Em junho, o aumento foi de 300%. Já o número de óbitos saltou de 186 para 474 ao longo do período. Isso representa um aumento de 154,8%. Goiânia continua a ser o epicentro da Covid-19 no Estado, concentrando 25% dos casos confirmados.
Rio Verde
O município de Rio Verde, no Sudoeste do Estado, ocupava o segundo lugar em número de casos confirmados no início do mês e hoje está na terceira posição, perdendo para Goiânia e Aparecida de Goiânia. Na cidade foram confirmados 6.440 casos, o que representa um aumento de 49,4%. Foram registrados 89 óbitos no período, um crescimento de 193,5%.
Coronavírus no entorno do DF
Na região do entorno de Brasília foram registrados 9.661 casos no dia 31 de julho. Houve um aumento de 123,4% no mês. Assim como no Estado, o crescimento foi menor do que o registrado em junho (493%). Além disso, 175 pessoas morreram por causa da doença ao longo do mês, contra 77 em junho. O aumento foi de 154,9%.
Três dos 19 municípios da microrregião ultrapassaram os mil casos confirmados em julho: Valparaíso de Goiás (1.841), Luziânia (1.634) e Águas Lindas de Goiás (1.427). A última possui, também, o maior número de mortes por coronavírus. Lá o número de óbitos saiu de 29 para 62.
Decreto não alterou isolamento
Apesar do decreto do governo do governador Ronaldo Caiado (DEM), que estabeleceu a quarentena 14×14, o índice de isolamento social teve uma leve queda no mês de julho. O percentual registrado pela empresa de georreferenciamento In Loco no dia 1º foi de 37,2%, contra 35,9% no dia 31. Em média o índice em Goiás foi de 38,3%
Ao longo do mês, os maiores índices de isolamento social foram registrados nos domingos. O percentual mais alto foi em 12 de julho (47,5%) e a média neste dia da semana é de 46,9%. Os piores resultados aconteceram às sextas-feiras. O índice mais baixo foi registrado no dia 17 (32,9%) e a média neste dia da semana é de 35,3%.
*Os dados foram colhidos no painel digital da SES ao longo da semana. A reportagem coletou os números, dia a dia, às 16 horas. Os dados da SES e das prefeituras podem ser diferentes.