Em greve há cinco dias, Guarda Civil de Aparecida de Goiânia protesta novamente
Agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) de Aparecida de Goiânia manifestaram, na manhã desta quinta-feira…
Agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) de Aparecida de Goiânia manifestaram, na manhã desta quinta-feira (28), contra as precárias condições de trabalho e falta de equipamentos de qualidade para atuação. O grupo saiu da sede da corporação na Av. da República, no setor Garavelo, em carreata até a Av. Igualdade, no mesmo bairro.
Os servidores reivindicam a implementação do risco de vida, aumento salarial e incorporação de gratificações ao salário. Segundo informações do Sindicato das Guardas Civis do Estado de Goiás (Sindguarda), cerca de 70% da corporação está em greve desde o último sábado (23). A Prefeitura nega e diz que somente 20% dos servidores aderiram ao movimento.
De acordo com o diretor de comunicação do sindicato, Jackson Dionísio, a prefeitura não cumpriu um acordo feito em dezembro de 2018. “Nossa luta já é antiga. No ano passado reunimos com os representantes do município e ficou acordado que nossas reivindicações seriam atendidas, mas isso não aconteceu. Não estamos pedindo nada além do que é nosso por direito. Esse salário era nosso antes de cortarem e diminuírem ele”, criticou.
Segundo o agente, o salário dos guardas é de um salário mínimo, ou seja, R$ 954. Com gratificações e benefícios, o total chegaria a quase R$ 2 mil. A proposta do sindicato é chegar a R$ 3,8 mil. “Nas reuniões eles fazem rodeios e tudo acaba em pizza. Falam que vão implementar o plano de carreira, mas isso foi rejeitado pela categoria. Nós queremos salário base digno, condição de vida e bem-estar. Estamos aqui para pedir compreensão da sociedade e respeito dos gestores”, disse.
Outro lado
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (28), o secretário de Fazenda do município, André Rosa, disse que tenta negociar com a categoria há mais de três meses. “Grande parte das demandas com relação a risco de vida, salário, implantação do plano de cargo e salário, a prefeitura tem toda a disponibilidade em atender”, afirmou.
De acordo com ele, sempre que a gestão e o sindicato chegam próximo a um acordo, a entidade apresenta uma nova pauta. “Nós entendemos que tecnicamente o município tem tentado atender, nas medidas das possibilidades financeiras e fiscais, todas as reivindicações da Guarda Municipal, mas com a mudança a gente acaba entrando em uma discussão sem fim”, disse.
Sobre a precariedade nas condições de trabalho, o secretário de Mobilidade e Defesa Social, Luziano da Costa Vale, afirmou que o município tem feito os investimentos necessários: quatro viaturas novas foram recentemente colocadas à disposição dos agentes. Outras seis estão previstas para serem entregues. O secretário disse, ainda, que têm sido feitos investimentos na estrutura, com a aquisição de computadores, impressoras e outros equipamentos.
O Procurador Geral do município, Fábio Camargo, também afirmou à imprensa que a greve é ilegal e que a prefeitura já está tomando as providências. “Já entramos com uma medida judicial no Tribunal de Justiça para declarar essa greve ilegal, tendo em vista que já existe uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal de que a Guarda Municipal, na condição de órgão de segurança, não pode fazer greve”.
Sobre a gratificação que a categoria pede para que seja incorporada ao salário, Fábio também diz que é ilegal. “A grande questão desse movimento é que tudo que eles pediram nós conseguimos cumprir, exceto a corporação da gratificação. A legislação proíbe, não dá para avançar neste assunto”, disse. E enfatiza: apenas 20% da corporação não está satisfeita e aderiu ao movimento, o que não prejudica a segurança da cidade.