Em nota, 81 médicos goianos defendem “tratamento precoce” e cloroquina contra covid
Nota pública é direcionada à sociedade e à comunidade científica
Em uma nota pública direcionada à sociedade e à comunidade científica, 2.053 médicos ao redor do Brasil se manifestaram a favor da “intervenção precoce no tratamento da covid-19”, o que incluiria o uso da hidroxicloroquina em protocolos aplicados a pacientes com a doença. Dentre esses, 81 médicos goianos assinam a nota.
No documento, os profissionais, que se autointitulam um grupo composto por “médicos de várias especialidades que trabalham na linha de frente” do combate à covid, alegam que a abordagem precoce não se trata apenas do uso de uma destas drogas, “mas de sua combinação com outras medicações, além de monitoramento extensivo do paciente e a recomendação de intervenções não farmacológicas, como a fisioterapia”.
Os médicos defendem ainda a independência dos profissionais em sugerir tratamentos off-label, sob o argumento de que a “relação médico-paciente é aberta e de confiança: ambas as partes devem estar de acordo com a terapêutica proposta. Tratar casos de COVID-19 requer do médico assistência e disponibilidade constantes ao paciente”.
Cabe, no entanto, destacar que entidades como a Sociedade Brasileira de Infectologia e um estudo feito por um grupo de hospitais integrado pelo Hospital Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa de São Paulo em parceria com o Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), já atestaram que a hidrocloroquina, até o momento, não tem nenhuma eficácia comprovada no tratamento contra a covid-19.