Tenente-coronel critica prisão de PMs suspeitos de matar comerciante em Trindade
O superintendente de Segurança da Secretaria de Estado da Casa Militar, tenente-coronel Edson Melo, usou…
O superintendente de Segurança da Secretaria de Estado da Casa Militar, tenente-coronel Edson Melo, usou as redes sociais, na noite de terça-feira (22), para publicar um vídeo em que critica a prisão de cinco policiais militares investigados pela morte do comerciante Wilker Darcian Camargo, em Trindade, na região Metropolitana de Goiânia.
“Tem autoridades, vereadores, delegados que estão jogando [a culpa] para cima da polícia. A polícia que você tem, cidadão trindadense, ou a polícia que você quer ter. Quando eu falo eu falo ‘a polícia que você tem’, é uma polícia que abordou 15 mil pessoas neste ano de 2021. A polícia que abordou 7.500 veículos neste ano de 2021”, diz.
A mensagem, que é direcionada aos moradores de Trindade, também critica matérias de jornais que foram publicadas sobre violência policial. “Quando falam de 23 mortes, saibam que essas 23 mortes são de pessoas que têm passagem pela polícia, são de pessoas que estão vinculadas ao crime organizado, são pessoas que estão ali para tirar a tranquilidade do cidadão trindadense”.
Em nota, a assessoria do Governo de Goiás disse que “é imprescindível esclarecer que opiniões particulares expressas por servidores públicos não refletem, necessariamente, o posicionamento do Governo de Goiás”.
Prisão de PMs suspeitos de matar comerciante
A justiça determinou, nesta segunda-feira (21), a prisão preventiva de cinco policiais militares suspeitos de envolvimento no homicídio do comerciante Wilker Darckian Camargo, de 35 anos. Segundo apurado pela Polícia Civil, a vítima teria sido morta durante uma operação policial no dia 10 de dezembro de 2021, em Trindade.
Os mandados de prisão foram expedidos para: 2º tenente Alexsander de Carvalho Gonçalves, 1º sargento Wellington Alves de Oliveira, cabo Elias Cunha Carvalho, soldado José Venício Mendes da Silva e o cabo José Wilson Louça Rodrigues de Menezes. Os suspeitos foram detidos e encaminhados para o Presídio Militar de Goiânia.
Entenda o caso
Segundo o boletim de ocorrência registrado, os PMs viram Wilker sair de um açougue com uma sacola com drogas e entrando no carro dele. Quando ele percebeu que estava sendo seguido pelos PMs, deu início a fuga. Ainda conforme o documento, o comerciante começou a atirar contra a equipe, bateu o carro e entrou a pé na casa de um vizinho.
Uma testemunha que estava no local gravou uma parte da ação. Nas imagens, é possível ver Wilker tentando fugir da casa do vizinho e sendo segurado e arrastado para dentro da casa pelos policiais. Em seguida, ouve-se um barulho de tiro; assista ao vídeo.
Suspeita de perseguição
O pai da vítima, Moacir Divino Camargo da Silva, trabalhou 16 anos como policial militar e afirma que o filho foi executado pelos policiais. “Meu filho foi executado e está visível. Ele podia ser o pior bandido que fosse, mas não podia ser executado. Não tem lei que permite isso. Foi executado pelos meus próprios colegas de farda. Isso não vai ficar desse jeito”, disse o pai ao G1.
Moacir também afirmou que o filho foi agredido por policiais, que estariam extorquindo ele. Dias antes, PMs teriam entrado na casa dele. “A namorada dele disse que os policiais bateram demais nele, reviraram a casa e não encontraram nada. Aí começaram a exigir que dessem uma arma para os policiais”, disse o PM aposentado.
A vítima chegou a enviar um áudio para a namorada dizendo que estava sendo perseguido por policiais e que eles queriam que ele entregasse um revólver para os militares. “O celular, dizendo eles, é roubado. Eles querem que eu dê um revólver para eles agora. Vou ter que vazar”, disse ele no áudio, dias antes de morrer.
O Mais Goiás entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar e aguarda resposta.
Nota do Governo de Goiás na íntegra:
[olho author=””] O Tenente-Coronel Edson Melo, superintendente de Segurança Militar, publicou vídeo em redes sociais refletindo o pensamento individual sobre um episódio envolvendo policiais militares. A ocorrência citada é alvo de investigação do Poder Judiciário.
Por fim, é imprescindível esclarecer que opiniões particulares expressas por servidores públicos não refletem, necessariamente, o posicionamento do Governo de Goiás. [/olho]