PRIMEIRO TRIMESTRE 2022

57% das casas abandonadas que passaram por inspeção tinham focos de dengue, em Goiânia

Ao todo, 116 imóveis abandonados foram inspecionados durante o primeiro trimestre de 2022

Residências com focos do mosquito da dengue podem ser multadas em até R$26 mil em Goiânia (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

A Prefeitura de Goiânia encontrou focos de dengue em 57,7% das casas abandonadas que foram vistoriadas durante o primeiro trimestre de 2022. Ao todo, 116 imóveis abandonados foram inspecionados mediante autorização judicial, auxílio de um chaveiro, da Guarda Civil Metropolitana e auditores-fiscais de Saúde Pública. O estado de Goiás é o segundo do Brasil com mais mortes por dengue neste ano.

“A prefeitura só busca a ajuda judicial depois de visitar o local e não encontrar proprietários ou qualquer outro responsável. É uma medida extrema, mas de grande importância, pois já virou rotina encontrar recipientes cheios de água e larvas nesses imóveis fechados”, pontua o diretor de Vigilância em Zoonoses, Murilo Reis.

De acordo com a prefeitura da capital, a ação de vistoria em casa abandonadas faz parte de uma série de ações de combate ao Aedes aegypti. Isso porque, o moquisto transmite não só a dengue, como também zika vírus e chikungunya.

Mas vale ressaltar que imóveis que são habitados também foram vistoriados. Ao todo, de janeiro até agora, os Agentes Comunitários de Endemias (ACEs) já realizaram 554.294 visitas a residências em Goiânia e eliminaram 21.404 focos.

Casa com piscina abandonada (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)
Casa com piscina abandonada (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás)

Combate aos focos de dengue

O reforço nas ações de combate é uma resposta ao aumento expressivo de contaminações e óbitos. Em Goiânia, já foram 19.898 casos confirmados somente nos primeiros três meses de 2022, contra 11.482 em todo o ano passado. Em Goiás seis pessoas perderam a vida para doença.

A Secretaria de Saúde de Goiás explicou que existem alguns fatores que contribuem para os resultados negativos no estado. Um deles é a circulação de dois tipos de vírus, a dengue tipos 1 e 2, somado ao itenso período chuvoso vivido pelo território goiano.

“Fez com que aumentasse a oferta de água nos criadouros e aumentasse a quantidade de Aedes aegypti. Somado a isso, a baixa adesão da sociedade em ajudar o poder público a conter o avanço dessa doença”, analisou.

Vistoria em casa abanonada, com apoio de chaveiros
Vistoria em casa abanonada, com apoio de chaveiros (Foto: Prefeitura)

Outras medidas

O bloqueio com uso de inseticida também tem sido usado em Goiânia, no combate à dengue. Já foram 7.367 casos com bloqueio de janeiro pra cá.

O trabalho de campo é realizado com o uso de bombas costais que pulverizam os locais de maior circulação do mosquito com Inseticida de Ultra Baixo Volume (UBV), que não agride o meio ambiente.

“Muitas pessoas questionam o motivo de não ter mais o ‘fumacê’. É preciso que saibam que esse era um programa do Ministério da Saúde (MS), e que foi extinto há alguns anos porque causa do desequilíbrio ao meio ambiente, até mesmo com morte de algumas abelhas”, explica o secretário de Saúde da capital, Durval Pedroso.

Através do aplicativo “Goiânia Contra Dengue”, a população pode enviar fotos e a localização de focos do mosquito. Neste ano, a prefeitura já atendeu 1.816 denúncias, que chegaram por diversas formas.