RETORNO PARCIAL

Empresa que atua no transporte coletivo de Goiânia vai encerrar paralisação

Presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Público de Passageiros de Goiás não vê possibilidade de perda de concessão

Após paralisar atividades, Viação Reunidas retorna essa semana

A Viação Reunidas (VR), uma das empresas que atua no transporte coletivo de Goiânia, vai retomar parcialmente suas atividades nesta quarta-feira (17) ou, no mais tardar, ainda esta semana. A informação é do presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Público de Passageiros de Goiás (SET), Adriano Oliveira. O diretor-executivo da VR, Henrique Vinícius da Paz, também confirmou o retorno ao Mais Goiás com exclusividade.

Destaca-se que, após a paralisação do serviço de transporte coletivo feito pela Viação Reunidas – que faz parte das cinco concessionárias do sistema metropolitano –, a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivos (CMTC) determinou que a Rápido Araguaia (outra concessionária) atendesse as linhas do arco Oeste. As 80 linhas estavam na rota da VR e, segundo a CMTC, “a medida garante o transporte de passageiros sem prejuízo no embarque e desembarque”.

Além da Reunidas e Rápido Araguaia, são concessionárias HP Transportes Coletivos, a Cooperativa de Transporte do Estado de Goiás (Cootego) e a Metrobus. Segundo Adriano, todas estão em dificuldades. Sobre a VR, ele afirma que não houve suspensão, mas uma interrupção da prestação de serviços por falta de recursos. “Não tinha pago a folha de maio, que venceu em junho. Mas é algo provisório”, garante.

Segundo ele, todas as empresas vivem um desequilíbrio muito grande. “As demandas de passageiro estão a 30%, 35% do que era, com praticamente o mesmo custo operacional.” Adriano cita que a Reunidas possui 138 ônibus e que, antes da pandemia, atendia cerca de 130 mil pessoas por dia, junto a Rápido Araguaia, no arco Oeste. “A Rápido Araguaia tem conseguido suprir, então não houve danos para a população.”

Inclusive, por esse motivo ele afirma que não cabe uma caducidade do contrato, que, originalmente, prevê um processo de rompimento para o caso da concessionária ficar mais de 24h sem a prestação de serviço. “Não pode ficar parado, mas existem diversas instâncias antes da perda do contrato. Há sanção, suspensão… Mas estamos falando de um período único [pandemia do coronavírus], que o próprio Estado reconhece um desequilíbrio nas contas das concessionárias em R$ 23 milhões. Só da VR, entre R$ 2,5 mi e R$ 3 milhões”, elucida.

Retorno

Sobre o retorno, Adriano pontua que a VR já realizou um empréstimo e outro deveria ter saído no começo do mês para quitar a folha. Porém, este não saiu mas a empresa já está providenciando outro para quitar os cerca de 400 funcionários.

“E a gente está em tratativa com a prefeitura de Goiânia e o governo do Estado, em busca de uma solução para reequilibrar a situação e o usuário não seja afetado. A situação está difícil para todas as concessionárias. Então, seria uma compensação financeira diante desse desequilíbrio”, destaca ele acerca de um plano emergencial para o transporte coletivo diante da pandemia. “Ainda está em estágio inicial, mas acho que, em breve, irá resolver”, diz otimista.

Viação Reunidas

Henrique Vinícius da Paz, diretor-executivo da VR, diz que a empresa buscou encontrar uma solução de curto prazo para retomar ainda nessa semana, as atividades. “Conseguimos um empréstimo para pagar o vale-alimentação e metade da folha de pagamento, que será parcelada. Na próxima semana teremos mais uma parcela do empréstimo para terminar de quitar o salário até o fim do mês”, explicita.

Sobre as tratativas com o governo, ele afirma que estas ocorrem há dois meses e que a Controladoria Geral do Estado (CGE) confirmou o deficit geral de R$ 23 milhões e de R$ 2,5 mi a R$ 3 mi só da Reunidas, só em março e abril. “Este trabalho já está concluído e, inclusive, já passou pelos órgãos de controle, como o MP. Agora estamos trabalhando na parte de viabilizar essa compensação.”

Questionado sobre o funcionamento desta compensação, Vinícios esclarece que esta não é título de empréstimo. “É uma compensação pela queda de arrecadação, uma vez que custo tem se mantido. A receita tem caído em níveis graves”, arremata.