INVESTIGAÇÃO

Empresária que atropelou e matou mulher perto de distribuidora em Goiânia já havia ameaçado outras pessoas

Testemunhas contaram que Murielly Alves Costa teria ido à mesma distribuidora de bebidas dias antes e perguntado se alguém queria ser levado por ela ao cemitério

A influencer e empresária Murielly Alves é apontada como a responsável por atropelar duas mulheres, tendo matado uma delas (Foto: Reprodução - Redes Sociais)

A Polícia Civil concluiu e remeteu ao Poder Judiciário, na sexta-feira (29), o inquérito que apura um atropelamento proposital que terminou na morte de uma mulher de 30 anos no final do mês passado, em Goiânia. Durante as investigações, testemunhas contaram ao delegado que investiga o caso que a empresária Murielly Alves Costa, de 27 anos, presa por ter causado o acidente fatal, já teria ameaçado matar outras pessoas naquela mesma distribuidora.

A empresária, que segundo a polícia era quem dirigia na madrugada do último dia 21 de abril o veículo de alto luxo, modelo Mercedes, que foi jogado de forma proposital em cima de duas mulheres que estavam na calçada de uma distribuidora de bebidas no Jardim Pompéia, segue presa. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, por motivo fútil, sem possibilidade de defesa à vítima, e também por tentativa de homicídio.

O atropelamento provocou a morte imediata de Bárbara Angélica Costa, de 30 anos, e ferimentos na companheira dela. Imagens de câmeras de segurança, e um vídeo gravado pelo celular de uma das vítimas, mostram quando Murielly discute com elas, depois entra no carro, e as atropela de forma proposital. A empresária foi localizada e presa por policiais militares pouco tempo após o atropelamento, no momento em que fugiu para Nerópolis.

“Testemunhas nos relataram que a indiciada já teria ido naquela mesma distribuidora de bebidas alguns dias antes do atropelamento fatal, quando também discutiu com algumas pessoas, e indagou, em tom de ameaça, qual delas queria que ela a levasse para o cemitério. Na noite do atropelamento, ainda conforme algumas pessoas ouvidas aqui, a empresária teria repetido esse mesmo questionamento pouco tempo após chegar no local”, relatou o delegado Marcos de Oliveira Gomes, adjunto da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).

Defesa não comprova que empresária tem síndrome de borderline

No primeiro depoimento prestado á polícia logo após ter sido presa, Murielly afirmou ter a síndrome de borderline. Durante os quase dez dias de investigações, porém, a defesa da empresária, segundo o delegado Marcos de Oliveira Gomes, não apresentou qualquer laudo que comprovasse informação.

“Se é que existe esse laudo, e que pretendem apresenta-lo, deverão fazer agora diretamente no judiciário, já que o inquérito está concluído, e para lá já foi remetido. O que nós temos certeza é que ela já chegou na distribuidora de bebidas naquela madrugada com sinal de embriagues”, concluiu o adjunto da DIH.

A reportagem do Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa da empresária, mas o espaço está aberto, caso queira se pronunciar. Murielly, que teve sua prisão preventiva decretada três dias após ser autuada em flagrante, segue recolhida no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.