“Empresário” que comprava gado com cheques sem fundo é preso em Goianésia

A Polícia Militar prendeu, em Goianésia, um “empresário” acusado de aplicar golpes em leiloeiros de gado e pecuaristas em Mara Rosa, Barro Alto, Padre Bernardo, Cocalzinho e Jaraguá.  O homem de 47 anos comprava os bovinos em leilões e, ao efetuar o pagamento, usava cheques pré-datados com assinatura falsa e sem fundos. A polícia estima que o prejuízo causado as vítimas seja superior a 1,5 milhão.

O primeiro boletim de ocorrência foi registrado em 31 de janeiro deste ano. Nele consta que um suposto dono de uma rede de postos de combustível foi até a sede do Sindicato Rural de Mara Rosa, onde adquiriu 39 vacas avaliadas em cerca de R$ 171,3 mil, em um leilão. O sujeito pediu prazo para pagar sob a alegação de que voltaria a comprar mais bovinos e efetuaria o pagamento assim que finalizasse a segunda compra.

No dia 7 de fevereiro, o homem voltou no local e adquiriu outras 40 novilhas por R$110,6 mil. Somadas as duas aquisições, o valor chegou a R$ 282 mil. Para pagar uma parte da negociação, o suspeito entregou um cheque de R$ 78 mil ao pecuarista.

Outros três pecuaristas e leiloeiros disseram ser vítimas do estelionatário

No dia 11 de fevereiro, o empresário fez outra vítima em Cocalzinho de Goiás. Um leiloeiro disse para a Polícia Civil que vendeu 128 cabeças de gado para o suspeito e também recebeu um cheque pré-datado sem fundos para quitar a dívida de R$290,8 mil.

Em outro boletim de ocorrência registrado pelo proprietário de uma fazenda que fica entre Barro Alto e Padre Bernardo, consta que o mesmo suspeito comprou 130 cabeças de gado macho por, aproximadamente, R$308 mil. A vítima percebeu que havia caído em um golpe ao tentar descontar o cheque e ser informado de que não havia fundos e a assinatura estava adulterada.

Uma terceira vítima foi identificada em Jaraguá no último dia 17 de fevereiro. Um pecuarista relata que vendeu 40 bezerros avaliados em R$106.920,00 paro o suposto empresário e recebeu um cheque sem fundos e com assinatura falsa como forma de pagamento.

A polícia investiga também uma outra denúncia, em que um leiloeiro de Jaraguá conta ter feito uma negociação (com o estelionatário) que envolveu 36 bezerros, por cerca de R$ 96,2 mil.

“Empresário” foi preso ao passar por Goianésia

O suspeito foi preso em Goianésia enquanto fugia para o norte de Goiás. Ele prestou depoimento na delegacia da cidade, na presença de seu advogado, e afirmou que não tinha dinheiro para pagar os cinco leiloeiros.

“A intenção era obter vantagem ilícita desde o início da negociação. Os crimes que ele (suspeito) cometeu são graves e não só causam danos para as vítimas, como geram desconfiança social. A eventual concessão de outra medida cautelar diversa da prisão não será efetiva para a preservação da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, tendo em vista a gravidade da situação”, relata a delegada de Goianésia, Ana Carolina Pedrotti.

Segundo a delegada, a policia recebeu informações preliminares de que o suspeito vendia o gado adquirido com um preço abaixo do mercado para outros pecuaristas de Niquelândia, município onde reside.

Caso foi repassado para DP de Uruaçu

O celular do suspeito foi apreendido e passará por análise. Com ele também foi encontrado cerca de $4 mil em espécie escondidos em compartimentos do carro. O homem foi transferido para uma unidade prisional de Uruaçu onde segue preso por estelionato. O delegado Petterson Amin assumiu a investigação do caso.

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