Crime

Empresários estariam fazendo vaquinha para matar Delegado Waldir, aponta inquérito

Combate ao comércio de peças roubadas teria provocado queda de mais de 60% nos valores das lojas

A Polícia Civil cumpriu nesta segunda-feira (27/5), em Goiânia, mandados de busca e apreensão na loja, e na casa de um comerciante do ramo de autopeças de veículos que estaria tramando o assassinato do presidente do Detran Goiás, Waldir Soares, que também é delegado aposentado da Policia Civil. Investigações apontam que alguns comerciantes da região da Vila Canaã estariam revoltados com a perda de valor de suas lojas após várias operações policiais que foram realizadas nos últimos meses.

Foi depois de receberem uma denúncia anônima, na semana passada, que agentes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) encontraram indícios de que comerciantes da região da Vila Canaã estariam organizando uma espécie de consórcio, para contratar um pistoleiro que pudesse matar o presidente do Detran Goiás. Pelo que foi apurado, os comerciantes estariam revoltados com o fato de operações policiais terem feito com que lojas que antes tinham valor acima de R$ 600 mil, hoje não custassem mais do que R$ 200 mil.

“Como percebemos que a articulação já estava prestes a ser concluída, solicitamos, em caráter de emergência, o pedido de mandados de busca e apreensão, que foram decretados pela justiça, e cumpridos na manhã de hoje”, relatou o delgado Murillo Leal, titular da Deic.

O comerciante que estaria articulando o esquema, que é dono de uma loja de autopeças na região da Vila Canaã, não teve a identidade revelada. Celulares e computadores apreendidos na casa, e na loja dele, segundo o delegado, já foram encaminhados à perícia, e devem comprovar o esquema criminoso. A pena para o crime de ameaça, segundo Murillo Leal, é de seis meses de reclusão.

Resposta
Informado sobre as ameaças por seus colegas da Polícia Civil, Waldir Soares afirmou que não irá parar o trabalho que o Detran tem feito nas lojas de autopeças da capital. Segundo ele, apesar da maioria dos comerciantes da região da Vila Canaã trabalharem de forma legal, muitos ainda insistem em comercializar peças de veículos roubados.

“A lei que nós estamos cobrando o cumprimento já existe há 10 anos, e, ainda assim, apenas 10% dos comerciantes da Vila Canaã, se adequaram à ela. Com ou sem ameaças, nós não vamos permitir que peças de veículos roubados em outros estados, como Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, e Rio de Janeiro, sejam comercializadas aqui. E aviso mais, estamos com uma equipe em São Paulo, e muito em breve faremos uma nova ação na região da Vila Canaã, para identificar e punir quem insiste em trabalhar de forma errada”, alertou.