Operação Decepticons

Empresas com sede em Goiás, DF e SP são alvo de investigação por fraude em licitação

Grupo utilizaria robôs para lances consecutivos em pregão para o fornecimento de alimentos para hospitais, presídios e restaurantes comunitários em diversos Estados

Empresas com sede em Goiás, DF e SP são alvo de investigação por fraude em licitação

Dez empresas e dois grandes grupos empresariais que fariam parte de um cartel de fraude em licitação são investigadas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Sete estão localizadas em São Paulo e três no DF e Goiás. Operação Decepticons foi deflagrada nesta quarta-feira (11). As empresas seriam responsáveis por fornecer alimentos para hospitais, presídios e restaurantes comunitários do Distrito Federal, Goiás, São Paulo e Paraná. Os nomes não foram divulgados.

Foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão na casa de 17 sócios e em dez empresas. Só em uma residência, a polícia localizou R$ 10 mil espécie. Celulares, documentos e computadores também foram apreendidos. As investigações tiveram início há oito meses a partir da suspeita de fraude em um pregão de 2018, que tratava da compra de alimentos para restaurantes comunitários do DF. Robôs teriam sido utilizados para realizarem os lances do pregão.

Também foi apontado outro pregão suspeito. Desta vez, para fornecimento de alimentos para presídios. Os indícios são que ele teria ocorrido em 2015.

Robôs

Segundo apontado pelo delegado da Divisão Especial de Repressão à Corrupção (Decor/ Cecor), Wenderson Teles, uma nota técnica de um pregão, em 2018, apontava a utilização do uso de robôs para lances consecutivos, que não seriam possíveis a humanos. “Diante dessa informação, a Polícia Civil, por meio de várias técnicas de investigação, conseguiu identificar outras fraudes desse grupo em diversas licitações”, disse o responsável pela operação durante coletiva de imprensa.

Teles destaca que, nas fraudes apuradas, além do de robôs, também houve conluio, como combinação de preço e divisão de lotes. “Estão sendo dois grandes fornecedores de alimentos. A operação visa verificar como se dava esse conluio”, disse. Ele ainda citou o exemplo de um sócio de uma instituição era contador em outra.

O delegado aponta, ainda, que estas empresas podem incorrer nos crimes de fraude em caráter competitivo, associação criminosa e, possivelmente, organização criminosa. Questionado se existem servidores públicos envolvidos, ele diz que, até o momento, “não há indícios”.