Empresas de ônibus de Goiânia rejeitam proposta e motoristas prometem greve

Com uma greve marcada para o dia 9 de novembro, próxima segunda-feira, os motoristas de ônibus do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana não devem ter a proposta de reajuste salarial atendida, principal reivindicação da categoria De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia (SET), Alessandro Moura, o momento atual não é de reajuste, mas sim de manutenção de empregos e benefícios.

Ao Mais Goiás, Alessandro alegou que, devido à pandemia, as empresas de transporte chegaram a carregar somente 18% dos passageiros que normalmente levam, o que causou uma “crise profunda e sem solução de curto prazo”. “Isso nos impede que a gente assuma qualquer compromisso irresponsável”, disse o representante do SET em referência à reivindicação de reajuste salarial dos motoristas.

O vice-presidente afirmou ainda que o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo, composto pelas empresas HP Transportes, Rápido Araguaia, Cotego, Metrobus e Viação Reunidas, diante do momento de crise gerado pela pandemia do coronavírus, tem uma outra proposta para a categoria, que é a de manutenção de empregos, pagamento em dia do salário e benefícios. 

“Não tenho condições, agora, de oferecer ganho real. Tenho condições de manter benefícios […]. A nossa proposta é superar a pandemia”, declarou Alessandro.

Em um comunicado, o Sindicato das Empresas afirmou que “continua aberto ao diálogo, seja para responder às dúvidas de nossa comunidade, seja para construção de solução responsável para o impasse estabelecido”.

Os efeitos da greve prevista para a próxima semana

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (SindColetivo), Sérgio Reis Araújo, a greve de motoristas prevista para o dia 9 deve afetar a capital e todos os municípios da Região Metropolitana que estão no plano da CMTC.

“Nós nos comprometemos com a categoria, e com os demais órgãos, de defender uma proposta de reajuste salarial de 6% e 10% no ticket alimentação. Essa desculpa deles [empresas do transporte coletivo] de falar que, no momento, estão levando prejuízo, não entendemos isso não”, afirma Sérgio.

O presidente declarou que permanece aberto ao diálogo e adiantou que o SindColetivo aguarda manifestação do Ministério Público do Trabalho (MPT) para que seja estabelecida uma frota mínima para circular durante a greve.