ALTERAÇÕES

Empresas e governo discutem reestruturação do transporte coletivo para evitar reajuste

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia…

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia (SET) está na expectativa de uma “reestruturação do sistema” do transporte coletivo da capital, como meio de evitar um reajuste mais pesado na tarifa para o consumidor. A posição vem após a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) comunicar a possibilidade de um aumento de pelo menos 50% nas tarifas de ônibus em todo o país, a partir de 2022.

Ao Mais Goiás, o presidente do SET, Adriano Oliveira, disse que a crise no transporte coletivo é uma realidade no Brasil inteiro e “todos os sistemas de transporte estão sofrendo muito”. “A pandemia, é claro, agravou a situação. Mas tem esse aumento enorme no preço do combustível também. Tudo isso acumulado leva, além da queda na demanda, a uma projeção de aumento na tarifa”, que hoje está em R$ 4,30.

A fala vem após um comunicado feito pela NTU que afirma que “a falta de políticas de apoio ao setor, principalmente por parte do governo federal, e a manutenção das atuais regras dos contratos de concessão podem levar a um aumento de pelo menos 50% nos preços das tarifas de ônibus em todo o país a partir de janeiro do ano que vem”. Porém, para Oliveira, um reajuste nessas proporções seria “demais para o usuário do transporte”.

R$ 4,30 é o preço da passagem do transporte coletivo de Goiânia, hoje  (Foto: Jucimar Sousa/MaisGoiás)

Por isso, segundo ele, o ideal é que haja uma reestruturação do sistema do transporte coletivo em Goiânia e Região Metropolitana, que englobe novas formas de cobrança da tarifa, investimento em frotas e formas de financiamento do transporte por parte do poder público. De acordo com o presidente do SET, tal reestruturação já estaria a caminho e deve ocorrer antes que um reajuste da tarifa seja inevitável.

Já existe uma disposição do Estado de Goiás e da Prefeitura de Goiânia em fazer uma grande transformação, uma reestruturação no transporte. Isso faz com que a gente acredite que haverá, sim, uma solução”, conclui.

Tarifa flexível no transporte coletivo de Goiânia deve vir em reestruturação do sistema

Em entrevista a um veículo local, o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, afirmou que o preço único de tarifas para diferentes distâncias deve ser um dos pontos a serem alterados na reformulação do transporte.

“Hoje, não temos uma diferenciação de tarifa, seja pra quem embarca ali em Senador Canedo e vai até um terminal em Goiânia, ou pra quem anda dois trechos do Eixo Anhanguera e sai. Os dois pagam a mesma tarifa”, disse o secretário, que adiantou que um modelo de flexibilização da tarifa de acordo com a distância percorrida no transporte já é estudada.

Ainda conforme Lima, o Estado estuda junto com a Prefeitura de Goiânia uma remodelagem que abrange adaptações legislativas, e uma proposta deve ser apresentada ainda neste ano. “Ainda em novembro nós teremos a conclusão disso e o envio de algum projeto de lei do Estado e do Município para readequar e reestruturar esse sistema de transporte. Seja no quesito governança, seja no quesito de como ele funciona para deixar ele mais moderno”.