Empresas procuradas pelo governo de Goiás não têm vacina para vender
Pelo menos nove empresas já foram contactadas pela Secretaria de Saúde
Em entrevista ao Mais Goiás na noite desta quinta-feira, o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, disse que o governo já enviou ofício a pelo menos nove empresas farmacêuticas com o objetivo de encontrar lotes de vacina contra a covid-19 aptas a serem adquiridas pelo Estado. Todas as respostas recebidas até o momento foram negativas.
“Não existe estoque disponível”, afirma Ismael. Uma das empresas que recebeu ofício da Secretaria de Saúde foi a Fosun Pharma, indicada pela Federação das Indústrias de Goiás (Fieg).
O secretário diz que a Fieg, além de sugerir contato com a Fosun, poderia ter oferecido ajuda financeira para comprar vacina, mas não ofereceu. “Nesse sentido, não houve nada. Não haveria impedimento legal, caso a iniciativa privada quisesse nos ajudar a comprar um lote maior de vacinas. Mas não houve oferta de ajuda nesse sentido”.
O esforço para encontrar uma farmacêutica que venda vacinas para o governo de Goiás é realizado por comissão da qual fazem parte uma superintendente da Secretaria de Saúde, um representante da Controladoria Geral do Estado (CGE), um da superintendência de combate à corrupção (vinculada à Polícia Civil), além do próprio secretário.
A Fosun Pharma
Em seu site, a Fieg diz que mobilizou esforços para buscar alternativas à escassez de vacinas no Brasil. “A área internacional da Fieg alçou pesquisa em todo o mundo, com foco nos grandes centros produtores de vacina e encontramos disponibilidade de 5 milhões de doses pela empresa Fosun Pharma”, disse o presidente Sandro Mabel.
A Fosun, segundo a Fieg, é uma empresa chinesa, de capital misto, com faturamento de US$ 20 bilhões ao ano e representante de indústrias farmacêuticas na Ásia. A Fieg diz que a empresa oferece as vacinas Coronac, da farmacêutica Sinovac Biotech, e a vacina Ad5-nCoV, desenvolvida e produzida pela CanSino Biologics, já registrada na China.
O site da Fieg diz também a entidade “negocia a compra de 300 mil doses de vacina para Goiás, por meio de consórcio com federações das indústrias dos Estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará e Espírito Santo”.