Enfermeiros cogitam greve em defesa do piso nacional da categoria em Goiás
Nesta quarta-feira (21), profissionais da área realizam paralisação nacional das atividades em prol do piso
Profissionais da enfermagem, que reivindicam o piso salarial da categoria, não descartam greve em Goiás. Nesta quarta-feira (21), enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem de Goiânia realizam paralisação nacional das atividades, além de protesto em frente ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol). Objetivo é pressionar o Congresso Nacional, bem como o Governo Federal, acerca de leis que vão custear o piso salarial dos trabalhadores da área.
Ao Mais Goiás, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Roberta Rios, disse que uma possível greve da categoria não está descartada. No entanto, os profissionais aguardam orientação nacional e se concentram agora na paralisação que ocorre desde o início do dia e deve durar 24h.
De acordo com ela, a paralisação atinge 100% das unidades de atenção básica e 50% de urgência e emergência. Na rede privada, o movimento atinge 20% dos profissionais. Durante toda a manhã, os profissionais fazem manifestação na porta do Hugol e às 17h partem para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) para um novo protesto.
Pressão
A presidente do Sieg explicou à reportagem que os atos são tentativas de pressionar o Congresso Nacional e o Governo Federal sobre a criação e aprovação de leis que vão servir de fonte de custeio para o piso salarial da enfermagem.
A lei do piso, que estabelece pagamento mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros, foi sancionada no início de agosto. O Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, concedeu e confirmou liminar que suspende a mencionada lei por 60 dias até que entes públicos e privados da área da saúde esclareçam o impacto financeiro, os riscos para a empregabilidade do setor e eventual redução na qualidade dos serviços.
A ação foi apresentada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde). Além de impactos financeiros, que trariam riscos à prestação dos serviços, a confederação alega que a definição da remuneração de servidores é de iniciativa privativa do chefe do Executivo e que a lei desrespeita a auto-organização financeira, administrativa e orçamentária de estados e municípios.
Agora, os profissionais da enfermagem cobram celeridade na criação e aprovação de projetos de lei que vão tratar da fonte de custeio do piso. “Já existem alguns projetos e nós vamos lutar para que sejam aprovados com a maior celeridade possível. Nossa luta vai continuar. Precisamos ser ouvidos”, afirmou Roberta Rios, presidente do Sieg.