PISO SALARIAL

Enfermeiros de Goiânia fazem novo protesto para pressionar STF contra suspensão de piso salarial

Pouco mais de 300 manifestantes se concentraram em frente ao Hospital das Clínicas, no Setor Leste Universitário

Enfermeiros de Goiânia fazem novo protesto para pressionar STF sobre suspensão de piso salarial (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de saúde realizaram protesto em Goiânia, na manhã desta sexta-feira (9). Os manifestantes são contra a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a lei que criou o piso salarial da enfermagem, e tentam pressionar os ministros durante o julgamento virtual iniciado na madrugada de hoje.

O julgamento atende ao pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde) para analisar a suspensão da lei do piso salarial da enfermagem. O relator foi o ministro Luís Roberto Barroso, que votou para manter suspensa a lei até que seja construída uma fonte de custeio.

Ao Mais Goiás, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Roberta Rios, disse que a categoria vai continuar na luta contra a suspensão do piso. Nesta manhã, pouco mais de 300 manifestantes se concentraram em frente ao Hospital das Clínicas, no Setor Leste Universitário. Segundo Roberta, o protesto aconteceu de forma simultânea em todo o Brasil, por orientação do Fórum Nacional da Enfermagem.

Pouco mais de 300 manifestantes se concentraram em frente ao Hospital das Clínicas, no Setor Leste Universitário (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás)

“A nossa expectativa é que até semana que vem a gente já tenha uma resolução sobre essa votação da liminar. É muito importante que a categoria se mantenha mobilizada, na luta, porque isso nos dá visibilidade. Nós, enfermeiros, auxiliares e técnicos somos quase 1% da população brasileira, uma categoria numerosa e indispensável na saúde. A gente não quer nada mais do que já é direito nosso”, defende a presidente.

Segundo Roberta, o Sieg e todas as outras entidades que participam do movimento contra a suspensão do piso pretendem montar um calendário para continuar com as mobilizações até o fim da votação. O julgamento deverá ter duração de cinco dias, até a próxima quarta-feira (14).

Participaram do movimento o Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO), a Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação do Estado de Goiás (SINT-IFESgo) e Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Goiás (Sintsep-GO).

Sieg e todas as outras entidades que participam do movimento contra a suspensão do piso pretendem montar um calendário para continuar com as mobilizações até o fim da votação (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás)

Entenda a suspensão de piso salarial de enfermagem

A norma aprovada pelo Congresso fixou o piso em R$ 4.750, para os setores público e privado. O valor ainda serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%).

Conforme o Dieese, o incremento financeiro necessário ao cumprimento dos pisos será de R$ 4,4 bilhões ao ano para os Municípios, de R$ 1,3 bilhões ao ano para os Estados e de R$ 53 milhões ao ano para a União.

O ministro Luís Roberto Barroso, na decisão que suspendeu a lei do piso salarial da enfermagem, avaliou que há risco concreto de piora na prestação do serviço de saúde, principalmente nos hospitais públicos, Santas Casas e hospitais ligados ao SUS com a norma.

A decisão vale até que sejam analisados dados detalhados dos estados, municípios, órgãos do governo federal, conselhos e entidades da área da saúde sobre o impacto financeiro para os atendimentos e os riscos de demissões diante da implementação do piso. O prazo para que essas informações sejam enviadas ao STF é de 60 dias.