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Entenda a reação rara que deixou bebê de Anápolis com 70% do corpo coberto por “queimaduras”

A reação rara que deixou bebê de Anápolis com 70% do corpo coberto por “queimaduras”…

A reação rara que deixou bebê de Anápolis com 70% do corpo coberto por “queimaduras” partiu de uma combinação de uma doença e medicamento anticonvulsivante. Garota diagnosticada com a síndrome de Stevens-Johnson está internada em estado grave em uma UTI de Goiânia.

Por enquanto, a menina não tem previsão de alta. O quadro, segundo os médicos é de necrólise epidérmica tóxica (NET), que é uma reação grave e rara, também conhecida como síndromes de Lyell.

Conforme dados dos Anais Brasileiros de Dermatologia, a doença acomete de duas a seis pessoas a cada um milhão por ano no Brasil e é caracterizada por feridas de pele que se assemelham a queimaduras.

Reação autoimune deixou bebê de Anápolis com corpo coberto por “queimaduras”

De acordo com o supervisor da unidade de queimados do Hospital de Urgências Governador Otávio Lages de Siqueira (Hugol), o cirurgião-plástico Fabiano Arruda, esta é uma reação autoimune, em que o sistema imunológico produz anticorpos que atacam o próprio corpo.

Com a reação, a pele se solta, assim como em uma queimadura causada por causas externas. Assim, o paciente tem mais tendência à desidratação e outras infecções. Por isso, precisa ficar coberto com os curativos apropriados e sob cuidado intensivo.

“É importante ter um suporte adequado para que o organismo reaja e evolua de forma satisfatória. Com a medicação e com o tempo, o paciente vai se livrando e se regenerando”, explicou reforçando que a tendência é de ter uma boa evolução.

Feridas estão espalhadas por 70% do corpo da criança (Foto: redes sociais)

Como é o tratamento contra a Síndrome de Stevens-Johnson?

O tratamento é feito geralmente com curativos para proteger a pele e aplicação de imunoglobulina, que é uma proteína usada nesse tipo de situação, para atuar contra os anticorpos e recuperar mais rápido.

A situação é rara e pode acontecer com pessoas em qualquer idade, não há exames que identifiquem a probabilidade de alguém ter ou não essa resposta e que não há uma substância específica que leva a esse resultado.

Caso da bebê Helena

Helena começou a apresentar convulsões aos 5 meses de vida e passou a ser avaliada por diversos neurologistas. Foi nessa época que começou a ser tratada com anticonvulsivos.

Ela havia sido internada na UTI do Hospital de Queimaduras de Anápolis no último sábado (11) e foi transferida para a UTI do Hugol na noite da última quarta-feira (16).

De acordo com o pai da bebê, Hugo Motta, ela foi submetida à fisioterapia e já passou pela avaliação de um médico cirurgião plástico.

A bebê ainda está em estado grave e segue intubada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) , em Goiânia, sem previsão de alta.