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Entenda o que se sabe sobre operação que culminou na prisão de ex-secretário de Goiânia

Wilson Pollara e outras duas pessoas foram presas na quarta-feira

Wilson Pollara, Bruno Vianna Primo e Quesede Ayres Henrique (Fotos: Prefeitura de Goiânia, Redes Sociais e Carlos Costa)

Operação do Ministério Público de Goiás (MPGO), na quarta-feira (27), prendeu o ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, e outros dois gestores da pasta, Quesede Ayres Henrique e o Bruno Vianna Primo. Inicialmente, os crimes apurados seriam de pagamento irregular e de associação criminosa, mas podem haver outros. Saiba o que se sabe sobre o caso a seguir.

  • Conforme o MP, em coletiva de imprensa, as investigações começaram em maio deste ano;
  • Pagamentos eram feitos “fora dos canais oficiais” e sem registro na contabilidade pública;
  • Pagamentos ocorriam a determinadas pessoas jurídicas credoras da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas, em detrimento de outros credores (Fundahc);
  • Estes, que deveriam ocorrer pela Fundahc, eram feitos diretamente;
  • Secretaria de Saúde não respeitava ordem cronológica para pagamentos (favorecimento);
  • Sobre os motivos que levaram ao pedido de prisão, o MP viu indícios de possível atuação direta para omitir provas e orientações para que potenciais testemunhas permanecessem em silêncio.

Operação contra Pollara

De acordo com o MPGO, Wilson Pollara e os outros investigados (Quesede Ayres Henrique que atua como secretário-executivo da pasta e Bruno Vianna, diretor financeiro da Secretaria Municipal de Saúde) formaram uma associação criminosa que favorecia empresas por meio de pagamentos irregulares – e eles próprios -, desrespeitando a ordem cronológica de exigibilidade e causando prejuízos aos cofres públicos. O esquema impactou diretamente a gestão da saúde municipal, agravando a crise no setor. Recentemente, o caos refletiu na fila das UTIs com pessoas morrendo à espera de uma vaga.

Um dos reflexos do esquema foi a interrupção de repasses financeiros para entidades do terceiro setor, como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas, responsável pela gestão de unidades hospitalares e maternidades em Goiânia. Com um passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, a Fundahc enfrenta dificuldades para manter o funcionamento regular dos serviços.

Além das prisões, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e determinada a suspensão das funções públicas dos três servidores. As ações foram realizadas na sede da Secretaria Municipal de Saúde, nas residências dos presos e de um empresário vinculado aos contratos investigados. Durante as buscas, os agentes encontraram R$ 20.085,00 em dinheiro na posse de um dos alvos.

Por meio de nota, a prefeitura de Goiânia destacou colaborar com as investigações e que tomará as medidas administrativas cabíveis a partir do desdobramento da apuração feita pelo Ministério Público de Goiás. Nesta tarde, inclusive, o município trocou o secretário. A nova titular da pasta é Cynara Mathias Costa.